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domingo, 29 de janeiro de 2017

Repleto de dúvidas.

Quais?
Ele lhes perguntou: Quais?...” (Lucas 24.19 – ARA).
O que acontece quando o sol repentinamente escurece e você é assaltado por pensamentos sombrios? Foi justamente isso o que estava acontecendo com os dois homens de Emaús (em Lucas 24). Os dois estavam dominados por seus pensamentos sombrios. Interiormente estavam repletos de luto. Onde estaria seu Rabi, esse maravilhoso Mestre que tinha uma solução para todas as questões de suas vidas?
O tema dominante de suas conversas era: “O que será de nós, agora? Como continuaremos vivendo sem o nosso amado Rabi?” Quantas vezes Ele havia resolvido suas dificuldades e estendido as Suas mãos sobre eles quando estavam em perigo! Agora, no entanto, tudo parecia vazio e sem sentido.
Você também já passou por momentos como esse? Quando se avalia a vida a partir de uma perspectiva própria, com frequência aparece um quadro desfigurado. Foi esse o caso dos discípulos de Emaús. Eles não conseguiam chegar a uma conclusão sobre os horríveis acontecimentos dos últimos dias. O seu Salvador havia sido crucificado e morto. Suas vidas agora pareciam um campo de destroços.
Nesse momento, o Senhor Jesus apareceu ao lado deles. Exatamente assim Ele age. Ele os acompanha e procura estar próximo deles, para tirá-los de sua situação de desânimo e tristeza.
Não, Ele não deixa que Sua gente fique tateando no escuro. Aqui Ele foi ao encontro deles em plena dificuldade e desespero. Seus olhos, no entanto, permaneceram bloqueados de maneira que não O reconheceram (ver Lucas 24.16). Ele os ouvia em silêncio, mas então participou de seu mundo de pensamentos e lhes perguntou: “Sobre o que vocês estão conversando?”
Se soubessem que o Cristo ressurreto estava com eles, certamente teriam reagido de outra maneira. Desanimados, pararam no caminho para ensinar o Senhor Jesus. Com espanto, eles perguntaram àquele estranho que os acompanhava se Ele não sabia nada sobre as notícias que estavam colocando toda Jerusalém em sobressalto. Diante da pergunta: “Quais?”, eles se apressaram em falar e aliviaram o que pesava em seus corações. Eles derramaram sua dor diante do Senhor que ainda lhes era desconhecido.
E o Senhor Jesus? Ele deixou que continuassem. Será que Ele não deveria ter dito: “Escutem aqui! Ninguém sabe das coisas tão bem quanto Eu sei; poupem seus argumentos e suas palavras”? Não, Ele não o fez. Ele deseja que revelemos nossas dúvidas e decepções diante Dele.
“Quais?” é o que Ele pergunta também para você. Essa pergunta – “Quais?” – é o convite amoroso de Deus para que você abra seu coração diante Dele.

Você pode partir do princípio de que o Senhor Jesus insere o Seu “Quais?” em todas as questões e problemas que você tiver para que possa compartilhar os seus pensamentos atribulados com Ele. Somente quando permitimos que o Senhor olhe para nosso obscuro mundo de pensamentos é que Ele pode nos resgatar desses vales nebulosos de tristeza. Somente então nossa vida poderá ficar às claras novamente. Somente então todas as nossas ideias confusas se transformam em lógica divina. Então nossa fé poderá voltar a crescer.
Por isso, não fuja se o Senhor agora lhe perguntar: “Quais?” Não corra em direção a qualquer um se você está cordialmente convidado pelo Senhor Jesus para desabafar diante Dele.
Os discípulos receberam ajuda porque reconheceram seu desânimo. Quando lemos a respectiva passagem na Bíblia, mantemos a impressão de que os discípulos falaram demais. Totalmente errado! O Senhor Jesus aprecia justamente quando confiamos Nele. Ele deseja conceder Sua paz ao nosso coração inquieto. Ele não abandona Sua gente na escuridão.
De repente surge luz em sua escuridão! O Ressurreto Se identifica para eles através das Escrituras: “Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” (Lucas 24.26). Não seria necessário que isso acontecesse para que os pecadores fossem arrancados do inferno? Não seria necessário acontecer isso para cumprir o plano de Deus?
O Senhor Jesus deseja conceder Sua paz ao nosso coração inquieto.
As palavras do Senhor Jesus subitamente surgiram como uma luz ofuscante em meio a uma inconsolável escuridão. É maravilhoso quando o Santo Deus nos introduz em Seus planos, pois, “começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras” (v. 27). É algo infinitamente consolador saber que o Senhor Jesus não vai ao encontro dos Seus discípulos no plano dos sentimentos, mas com base na Palavra divina. Os sentimentos são instáveis como o clima, mas a Palavra de Deus permanece imutável. Sendo Ele mesmo a própria Palavra, Ele consola consigo mesmo e não apenas com a letra fria. E como todas as linhas do plano de salvação se unem no Senhor Jesus, você pode afirmar: “Está escrito, por isso eu creio! Está escrito, por isso posso saber!” Somente a fé vinculada à Palavra de Deus tem raízes. É somente essa fé que apresenta frutos e traz resultados.
Agora vá tranquilamente enfrentar sua vida cotidiana. Se nesse momento surgirem perguntas ou desorientações e ferirem o seu coração, sabia que o Senhor ressuscitado anda ao seu lado. Na hora certa Ele dará respostas com lógica divina às suas perguntas. Você ficará admirado com a maneira como Ele transforma em luz a escuridão de sua vida. — Manfred Paul

http://www.chamada.com.br/meditacoes/amado_guiado_realizado/repleto_de_duvidas.html

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Deus se arrepende?


Norbert Lieth
Pergunta: “Há alguns dias o tema da pregação no culto foi o Dilúvio. No fim, nosso pastor perguntou à igreja o que poderíamos concluir das palavras de Gênesis 8.21: “Sentiu o Senhor... em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem;... nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer”. Uma passagem paralela seria Gênesis 6.7, em que Deus diz que se arrependeu de ter feito o homem. Diante da pergunta do pastor, um importante ancião da igreja levantou-se e respondeu que também Deus cometia erros! Seu tom era indiferente, como se fosse tranqüilizador o fato de Deus ser tão “humano” e parecido conosco nesse ponto. Tenho certeza de que ele falava sério, como se Deus realmente tivesse sido forçado a reconhecer que cometera uma bobagem e agira de forma precipitada e em ira descontrolada. Para mim essa afirmação é totalmente inaceitável, não posso conviver com isso! Como poderíamos confiar em um Deus que comete erros?! Onde mais Ele teria cometido erros, ou onde os cometerá? Talvez também haja erros na Escritura Sagrada, mas onde? Talvez o Gólgota tenha sido um erro? Não seria possível confiar em mais nada, a fé e a igreja não teriam mais sentido. Como vocês entendem a expressão“arrependeu-se o Senhor”, sendo que em Números 23.19 (também em 1 Samuel 15.29) está escrito: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa”?”
Resposta: O trecho que diz que Deus se arrependeu está em Gênesis 6.5-6: “Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”.
A palavra hebraica para “arrepender-se” não pode ser entendida como arrependimento ou reconhecimento de erro da parte de Deus. Isso fica claro em Números 23.19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?”.
A palavra “naham” (arrepender) tem o significado básico de “ter compaixão” ou “lamentar”. Por isso, o estudioso judeu Martin Buber traduziu o versículo desta forma: “Lamentou-se ele de ter feito o homem sobre a terra, e angustiou-se em seu coração”. O sentido geral é que Deus sofre junto conosco quando precisa nos castigar. O Todo-Poderoso não gosta de punir, isto o angustia, Ele o lamenta, mas precisa agir assim por causa de Sua santidade e justiça. Por isso, o arrependimento de Deus deve ser entendido como misericórdia, como indicação da impossibilidade de suportar a situação pecaminosa gerada pelo homem, que exige a retirada do Seu favor.
Portanto, o texto não expressa que Deus esteja descrevendo sua ação como um erro, pois Ele continua tendo razão em tudo o que faz (Jr 12.1). Na verdade, Ele lamenta que o homem se feche ao propósito do Seu amor. É dessa forma que esse “arrependimento de Deus” nos permite ver o que passa em seu coração. (Norbert Lieth)

http://www.chamada.com.br/perguntas_respostas/deus_se_arrepende.html

domingo, 15 de janeiro de 2017

A parábola. Do rico e Lázaro.


O Estado Do Homem Após A Morte (Parte V)
I – INTRODUÇÃO
O nosso Senhor Jesus tinha verdades para apresentar aos Seus ouvintes que os tornariam sábios para a salvação. Com o objetivo de atrair a atenção deles, Ele lhes ensinava por parábolas. Era um método comparativo de se ensinar. Uma parábola é uma alegoria e não é um fato real. Através os ensinos de Jesus o desconhecido era ilustrado pelo conhecido. A esse respeito diz a Bíblia: “Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão... para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a Minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.” Mateus 13:34 e 35. 
Os detalhes da história do rico e Lázaro não podem ser interpretados literalmente, pois era uma parábola de uso corrente no pensamento judaico. Nos capítulos 15 e 16 de Lucas, Cristo apresenta várias parábolas em resposta à preconceituosa discriminação dos escribas e fariseus, presos às suas tradições, sem amor para com as classes marginalizadas. Neste contexto é apresentada a parábola do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31), que aparece no final desses dois capítulos. Esta parábola precisa ser entendida e interpretada corretamente à luz da Palavra de Deus.
II – O RICO, LÁZARO E ABRAÃO – QUEM ELES REPRESENTARAM?
A parábola é caracterizada por um forte contraste entre “certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente” (Lucas 16:19) e certo “mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caiam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas” (Lucas 16:20-21). 
Com esta narrativa, Jesus pretendia repreender as classes dominantes judaicas, muito especialmente os fariseus, “que eram gananciosos” (Lucas 16:14); os saduceus que faziam pouco caso da esperança messiânica e não acreditavam na ressurreição (Marcos 12:18-27); e os escribas que impunham fardos pesados e difíceis de serem suportados, presos às suas tradições. Os relatos bíblicos indicam que os escribas e fariseus julgavam-se mais dignos do favor divino e por isso foram considerados os mais desgraçados espiritualmente aos olhos de Deus (ver Mateus 23). O homem rico é uma representação de desses judeus nominais, mergulhados em seu orgulho farisaico, os quais seguiram rigorosamente suas tradições, sem demonstrarem amor para com os gentios. Os judeus deveriam ser depositários dos oráculos divinos e uma luz para as nações. Os reis da Terra deveriam caminhar vendo a glória de Deus sobre eles (Isaías 60:3). Contrariando os propósitos de Deus, os judeus nominais partilhavam de um excessivo orgulho nacional e julgavam-se salvos pela indisputável condição de serem considerados “filhos de Abraão”. Eles possuíam uma incalculável riqueza de cunho espiritual. Sobre eles repousavam as bênçãos de Deus, mas infelizmente eles as empregavam egoistamente para a sua própria honra. Por não terem desempenhado dignamente suas responsabilidades, Jesus disse que o Reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma nação que produzisse os devidos frutos (Mateus 21:42-46). 
Por outro lado, Lázaro, o outro personagem desta narrativa de Jesus, era um mendigo que desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico. Especificamente nesta parábola Lázaro representava os gentios, uma classe marginalizada pelos líderes judeus. Diante dos abastados judeus, falando-se espiritualmente, os gentios viviam de migalhas, pois eram tratados com indiferença. De acordo com Mateus 15:21-28, o Senhor Jesus não queria operar o milagre a uma mulher cananéia, dizendo que não seria bom tirar do pão dos filhos e dar aos cachorrinhos, significando que Ele tinha vindo para as ovelhas perdidas da casa de Israel e não para os gentios. A mulher replica, dizendo que os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores, significando que ela não queria tudo, mas apenas um único favor do Senhor. O Senhor Jesus vendo sua fé, fez o que ela pediu. Assim viviam os gentios. Assim era o Lázaro da parábola, uma representação dos gentios, tal como a mulher cananéia. 
E Abraão, o que ele faz nesta parábola? Para o povo judeu o patriarca Abraão era muito respeitado e é considerado o pai da fé. Com exclusividade todo judeu diz ser filho de Abraão e herdeiro da promessa. No entanto, o Senhor Jesus passa a ensinar uma preciosa lição a esses judeus que se consideravam exclusivistas. Nesta narrativa o mendigo Lázaro foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, que é uma representação dos gentios que aceitaram a Jesus, os quais participarão da mesma bênção de Abraão. Sobre esse assunto o apóstolo Paulo escreveu o seguinte: 
“Sabei, pois, que os que são da fé, esses são filhos de Abraão. Ora, a Escritura, prevendo que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou previamente a boa nova a Abraão, dizendo: Em ti serão abençoadas todas as nações. De modo que os que são da fé são abençoados com o crente Abraão.” Gálatas 3:7-9.
III – PARÁBOLA? OU FATO REAL
Esta narrativa apresentada pelo Senhor Jesus continha idéias pagãs dos persas e egípcios, conceitos talmúdicos e metáforas judaicas. Cristo se utilizou dessa crença popular da época com o objetivo de inculcar importantes verdades em lugar dessas opiniões preconcebidas encontradas na literatura rabínica. 
A parábola do rico e Lázaro é falsamente interpretada por muitos estudantes superficiais da Bíblia e é equivocadamente mencionada como prova do galardão imediato após a morte. A grande maioria da cristandade considera esta narrativa de Jesus como um fato real e não como uma parábola. Crêem que após a morte os bons e maus transformam-se em espíritos intangíveis, enquanto que seus corpos permanecem na sepultura. Segundo o entendimento desses religiosos, se o homem for bom, após a morte terá um lugar no seio de Abraão e se for mau, seu destino é o inferno, onde os que chegam lá são eternamente atormentados pelo diabo e seus anjos. É exatamente aí que reside o engano. Fica muito difícil interpretar esta parábola como um fato real pelos seguintes motivos:
1. Esta parábola nada diz sobre almas ou espíritos imortais partindo do corpo dos mortos. O Senhor Jesus, quando apareceu aos Seus discípulos após Sua ressurreição, disse que “um espírito não tem carne, nem ossos, ...” Lucas 24:39. Com base nas palavras do Senhor Jesus, o espírito é algo imaterial. No entanto, o rico, após a morte tinha “olhos”, “dedos” e “língua”, isto é, partes consideradas reais do corpo humano (Lucas 16:23 e 24). 
2. Esta narrativa não é um relato literal, senão a situação tornar-se-ia um tanto indesejável, pois o lugar onde estarão os justos (seio de Abraão) e o lugar onde estarão os ímpios (hades) seriam espaços tão próximos que os ímpios poderiam enxergar os justos e também conversar com eles. Certamente não seria um lugar de alegria e felicidade, pois os salvos poderiam acompanhar de perto os infindáveis sofrimentos de seus entes queridos que se perderam.
3. Esta parábola não pode ser interpretada literalmente, caso contrário ela estaria em contradição com as Escrituras Sagradas quanto à inconsciência dos mortos até o dia da ressurreição (Jó 14:10-12; Salmos 6:4-5; Eclesiastes 9:5, 6 e 10). Diz o relato bíblico que tanto o Rico e o Lázaro morreram (Lucas 16:22). Enquanto morto, o Rico começa a dialogar com Abraão, o qual também morreu e ainda não foi ressuscitado (Hebreus 11:8-10 e 13). Se alguém quiser provar através esta parábola que os mortos falam e estão conscientes, com certeza terão muita dificuldade em explicar a vívida parábola das árvores que “foram uma vez a ungir para si um rei” e mantiveram entre si uma conversação (ver Juízes 9:7-15; II Reis 14:9). Por que não tentar provar por essa parábola que as árvores falam e que elas têm reis? Como essa parábola é figurativa, assim o é a parábola do Rico e Lázaro.
4. Há nesta narrativa um outro aspecto que nos leva a aceitar que a mesma não é literal: Se o “seio de Abraão” é o lugar para onde vão os salvos por ocasião da morte, para onde foram aqueles que morreram antes de Abraão?
5. A parábola não tem o objetivo de revelar o que acontece após a morte, mas confirmar que as instruções dadas por Deus na Sua Palavra são suficientes para nos conduzir à salvação. Quando o rico pediu a Abraão que mandasse Lázaro à casa de seu pai a fim de avisar os seus cinco irmãos quanto ao inferno, Abraão respondeu: “Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.” Respondeu então o rico: “Não! Pai Abraão; mas se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.” Abraão, porém, lhe disse: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.” Lucas 16:27-31. A narrativa, portanto, em parte nenhuma fala de espíritos desincorporados, nem que voltem para avisar os homens. Ao contrário, quando fala nessa volta usa o termo “ressuscitar”. Cristo com esta declaração estabeleceu uma dupla salvaguarda:
a) Moisés e os profetas seriam os guias seguros para os vivos, concernentes ao seu destino após a morte. Para obter a vida eterna, o ser humano precisa viver em plena conformidade com a vontade de Deus revelada através de Moisés e os profetas, ou seja, através os ensinamentos das Sagradas Escrituras. Após Sua ressurreição, quando dois de Seus discípulos caminharam em direção à aldeia de Emaús, o Senhor Jesus aproximou-Se deles e “começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dEle se achava em todas as Escrituras.” Lucas 24:27. Mais tarde, em Jerusalém, Jesus aparece aos onze discípulos e demais que estavam com eles. Nesta oportunidade Ele lhes disse: “São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de Mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras.” Lucas 24:44-45. Se aqueles judeus, mergulhados em seu orgulho farisaico, tivessem compreendido as Escrituras, certamente teriam aceitado o Messias.
b) Através esta parábola Jesus ensinou-nos ainda que a única maneira de alguém voltar dentre os mortos é através da ressurreição (Lucas 16:31)..
IV - CONCLUSÃO
Não há dúvidas de que esta parábola foi apresentada pelo Senhor Jesus com o objetivo de esclarecer definitivamente algumas questões espirituais muito importantes:
a) Que o destino eterno de cada pessoa é decidido nesta vida e jamais poderá ser revertida na era vindoura, nem mesmo pela intervenção de Abraão; 
b) Que o destino eterno de cada pessoa é determinado pelo uso que ela faz das riquezas espirituais recebidas de Deus;
c) Que o Abraão da parábola ao afirmar que os cinco irmãos do rico têm “Moisés e os profetas”, deixou evidente a necessidade de cada pessoa ter uma vida em total conformidade com a vontade de Deus através os ensinamentos das Escrituras Sagradas em sua totalidade. 
Quando Cristo apresentou a parábola do rico e Lázaro, muitos judeus viviam na condição lastimosa do rico, usando os bens espirituais que Deus lhes havia dado para a própria satisfação egoísta. Foram favorecidos com todas as bênçãos temporais e espirituais, todavia recusaram cooperar com Deus no uso destas bênçãos. Recusaram partilhar estas bênçãos com os gentios. Como resultado da infidelidade deles, Jesus disse que o reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma nação que produzisse os devidos frutos (Mateus 21:42-46). Isto mostra o endurecimento de Israel e a entrada dos gentios no plano da salvação. Este endurecimento cessará na vinda de Jesus (Romanos 11:11-15, 25-27). Apesar do endurecimento como nação, nada impede que individualmente os judeus sejam salvos.
Assim, cumprindo os propósitos de Deus, judeus e gentios, que recebem a Jesus, passam a ser “descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” Gálatas 3:29.
http://verdadeemfoco.com.br/estudo.php?id=46

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Quanto vale a oração?


O autor da Carta aos Hebreus afirma que “durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão” (Hb 5.7). A nós, não custa lembrar: “Deus espera por nossas orações”.
O estudo bíblico de hoje foi desenvolvido a partir do artigo A Vida de Oração de Jesus, do pastor Elben César, publicado na edição 336 da revista Ultimato.
Texto básico:
Lucas 11.1-13
Textos de apoio
Mc 1.35-39
Lc 5.12-16
Lc 6.12-16
Lc 9.18, 28-36
Jo 17.1-26
Mt 26.36-46
Introdução
“Quanto vale a oração?” Para refletir nesta pergunta, vamos estudar o valor da oração na vida de Jesus. Se para ele, que era um com o Pai (Jo 10.30), a oração tinha profundo valor, quanto mais deve ter para nós! Os críticos dizem que a oração é válida porque é emocionalmente saudável para quem ora. Seria este o único valor da oração para Jesus? O autor da Carta aos Hebreus afirma: “Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão” (Hb 5.7, NVI). Certamente que, para Jesus, a oração não somente proporcionava o benefício emocional, mas produzia efeito concreto em sua vida e na vida de outros. Deus o atendia, respondendo, de fato, às suas orações.
Para entender o que a Bíblia fala
a) O exemplo sempre vem primeiro. Porque viram Jesus orando, os discípulos pediram que ele os ensinasse a orar (Lc 11.1). Que assuntos devem ser abordados quando oramos, de acordo com a oração-modelo deixada por Jesus (Lc 11.2-4; cp. Mt 6.9-13)?
b) Logo a seguir, Jesus continua seu ensino sobre a oração contando uma instigante parábola (Lc 11.5-10). Como devemos interpretá-la? [Lembre-se de que Jesus também insistia em suas orações. No cenáculo, ele orou repetidas vezes por seus discípulos (Jo 17.9, 11, 15, 17, 20-21). No Getsêmani, fez o mesmíssimo pedido três vezes (Mt 26.44).]
c) Como os versos 9 e 10 de Lucas 11 explicam o sentido da parábola? (Recorra a mais de uma tradução para entender melhor o texto.)
d) Jesus termina seu ensino sobre a oração, comparando o pai terreno com o Pai celestial (Lc 11.11-13). Eugene Peterson contemporiza assim o texto: “Não barganhem com Deus. Sejam objetivos. Peçam aquilo de que estão precisando. Não estamos num jogo de gato e rato, nem de esconde-esconde. Se seu filho pedir pão, você o enganaria com serragem? Se pedir peixe, iria assustá-lo com uma cobra viva servida na bandeja? Maus como são, vocês não pensariam em algo assim, pois se portam com decência, pelo menos com seus filhos. Não acham, então, que o Pai que criou vocês com todo amor não dará o Espírito Santo quando pedirem?” Que exemplos podemos ver de boas e objetivas respostas de Deus aos pedidos de oração de Jesus? Consulte os textos de apoio.
Hora de Avançar
“Deus espera por nossas orações!”
Para pensar
Deus atendeu a oração de Jesus, antes de ele sair para pregar em outros lugares (Mc 1.35-39), depois da cura do leproso (Lc 5.15-16), antes de escolher os doze companheiros de ministério (Lc 6.12-13), durante a incrível experiência da transfiguração (Lc 9.28-29), antes de ensinar sobre a oração (Lc 11.1-2) e antes da agonia da cruz (Mt 26.39-44). Deus também ouviu a intercessão de Jesus por seus discípulos – tanto os contemporâneos dele quanto nós, que viemos a crer depois. Esta foi sua maior oração registrada, conhecida como “a oração sacerdotal de Jesus” (o capítulo inteiro de João 17). Finalmente, voltando ao texto de Hebreus (5.7), Deus não o livrou de passar pela morte, mas o ressuscitou em corpo glorioso, o que foi uma resposta de oração incomparavelmente mais poderosa e sublime.
O que disseram
“Não se aflijam com nada; ao invés disso, orem a respeito de tudo; contem a Deus as necessidades de vocês, e não se esqueçam de agradecer-lhe suas respostas. Se fizerem isto, vocês terão experiência do que é a paz de Deus, que é muito mais maravilhosa do que a mente humana pode compreender. Sua paz conservará a mente e o coração de vocês na calma e tranquilidade, à medida que vocês confiam em Cristo Jesus.” (Fp 4.5-7, BV.)
“A oração produz resultados psicológicos (paz de espírito, tranquilidade), espirituais (maior sentido de vida) e concretos (atendimento real do pedido feito).” (Elben César, em Práticas Devocionais)
Para responder
> Para você, quanto vale a oração? Quais os benefícios desta prática em sua vida?
> Como você seguirá o exemplo de Jesus como alguém que sempre praticava a oração?
> Em relação ao seu tempo e à sua agenda, que decisões você tomará hoje para colocar isso em prática?
> Compartilhe com um amigo ou com o grupo uma resposta concreta de Deus a algum pedido de oração específico que você tenha feito.
Eu e Deus
“Bem cedinho, de manhã, faço a minha oração. Tu, Senhor ouves a minha voz. Faço a minha oração e fico esperando, vigiando com atenção para descobrir a tua resposta.” (Sl 5:3)
Autor do Estudo Bíblico: Délnia Bastos


http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/quanto-vale-a-oracao/

domingo, 8 de janeiro de 2017

O desgaste e a inutilidade da ansiedade

“Não andeis ansiosos de cousa alguma” (Fp 4.6)

A ansiedade crônica rouba alguns anos de vida, porque provoca um acentuado dispêndio de energia. Além de ser inútil, ela entristece, adoece — física e emocionalmente — e envelhece. O pior de tudo é que a ansiedade rotineira não prejudica apenas o ansioso, mas também aqueles que convivem com ele em casa, na igreja e no trabalho, incluindo o cônjuge, os filhos e os amigos.

É para evitar esse desperdício de saúde emocional e de alegria que Paulo condena a ansiedade e oferece uma alternativa aos ansiosos. Em última análise, a ansiedade, seja ela esporádica ou crônica, é uma violência contra Deus, porque obriga o ansioso a pôr em dúvida o cuidado que Deus dispensa mais ao ser humano que às aves do céu e aos lírios dos campos (Mt 6.25-31). Jesus coloca o discípulo ansioso no mesmo nível dos pagãos, que vivem correndo de um lado para outro atrás do que comer, beber e vestir (Mt 6.32). O Senhor se sente injustiçado com o comportamento ansioso de seus seguidores, porque a ansiedade rouba tempo e energia que deveriam ser gastos na difícil construção de seu reino (Mt 6.33). Quanto mais tempo se gasta na tentativa de eliminar o vício da ansiedade, mais difícil é livrar-se dela. É por isso que o pastor cubano Rafael Cepeda escreve em seu O Tempo e as Palavras: “A preocupação é, talvez, o pecado mais universal, o mais esgotante, o mais bobo e o mais inútil”.

É bom fazer um inventário de nossas possíveis causas para a ansiedade, classificando-as em determinados grupos. Mesmo que seja longa, a lista certamente não será completa. Os motivos para a ansiedade variam de pessoa para pessoa e de circunstância para circunstância.

Ao mesmo tempo que condena a ansiedade, Paulo ensina o caminho para livrar-se dela:

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7).

O esquema é muito simples: toda vez que surgir uma preocupação, deve-se apresentá-la diante de Deus por meio da oração suplicante misturada com ação de graças, antes que essa sensação se transforme em ansiedade. A mistura de súplica com agradecimento faz bem, pois obriga a memória a enxergar e localizar as coisas boas da vida e os livramentos passados, diminuindo a tensão interna, encorajando a oração e trazendo a tranqüilidade.

O resultado não demora: a paz de Deus, “que ninguém consegue entender” (Fp 4.7, NTLH) ou “que é muito mais maravilhosa do que a mente humana pode compreender” (Fp 4.7, BV) ou “que transcende toda a compreensão humana” (Fp 4.7, Phillips), ocupará o lugar que seria da ansiedade.

A pastoral de Paulo é reforçada pela pastoral de Pedro: “Lancem sobre ele [Deus] toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (1 Pe 5.7).

Tanto um como outro aprenderam com Jesus, que mostrou a inutilidade da ansiedade (“Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?”, Mt 6.27) e o cuidado de Deus (“Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?”, Mt 6.30).
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/294/o-desgaste-e-a-inutilidade-da-ansiedade-nao-andeis-ansiosos-de-cousa-alguma-fp-4-6

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Luz do mundo.


O uso do termo luz na Escritura é muito rico. O termo é usado para descrever o próprio Deus e enfatizar a sua santidade e justiça. “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 João 1.5). O Senhor é o “Pai das luzes” (Tiago 1.17), que está “coberto de luz como de um manto” (Salmo 104.2) e “habita em luz inacessível” (1Tm 6.16). A luz é relacionada também à salvação de Jeová: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação” (Salmo 27.1). A atividade salvadora de Deus ilumina as trevas da calamidade e tribulação e dá vida, paz e alegria.
No evangelho de João Jesus é descrito como a “vida” e “a luz dos homens”, “a luz que resplandece nas trevas” (Jo 1.4,5); e “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (1.9). Ele é chamado “a luz do mundo” (8.12; 9.5). Assim como os israelitas seguiam a Luz quando saíram da terra de escravidão, em direção à terra prometida, assim os discípulos do Salvador o seguem, saindo das trevas do pecado, ignorância, depravação, e morte, em direção à redenção no sentido mais pleno desse termo. Por causa disso o nosso Senhor disse: “Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12.46). Cristo se apresenta a toda a humanidade como a única fonte de salvação do pecado e como iluminação espiritual a respeito de toda verdade espiritual.
Toda a luz que os homens têm, ou possam ter, vem de Jesus. Como a luz foi a primeira coisa na criação original, a luz de Cristo é o fundamento da recriação salvadora. Portanto, quando discutimos os cristãos como luz sempre devemos ver Jesus como a luz original e não derivada. Ele é o Deus homem; a fonte de verdade, salvação, santidade, revelação e justiça. “Num sentido secundário os cristãos são a luz do mundo; Cristo imediatamente, eles mediatamente; ele a original, eles a derivado; ele o sol, eles a lua refletindo o sol.”
O profeta Isaías descreve Cristo e seu ministério como uma grande luz brilhando sobre os habitantes da Galileia: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.2). Por causa de Jesus e o seu evangelho, uma grande luz apareceu àqueles que andavam nas trevas. “No lugar das trevas da calamidade as pessoas viram a luz da paz e bem-aventurança; no lugar das trevas da morte, a luz da vida; no lugar das trevas da ignorância, a luz do conhecimento; no lugar das trevas do pecado, a luz da salvação. A salvação em seu sentido mais amplo brilhou sobre essas pessoas; ocorreu uma completa reversão de sua condição.”
O termo luz é também usado para descrever a revelação escrita de Deus, pois é por meio da sagrada Escritura que aprendemos o que devemos crer para sermos salvos e levar vidas que agradam a Deus. Como Davi disse, “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz” (Sl 36.9). “Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz…” (Pv 6.23). “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem” (Sl 43.3). “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples” (Sl 119.130). Deus, sem dúvida, precisa nos iluminar pelo seu Espírito para que sua Palavra seja eficaz. “Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas” (Sl 18.28).
Paula usa o termo luz para descrever o evangelho de Jesus Cristo e representar Deus brilhando no coração do homem para causar regeneração e conversão. “Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.4-6). Deus nos dá a luz do evangelho e a luz do entendimento espiritual quando remove o véu que reside em nosso coração e nos mostra a glória de Cristo. Para o eleito, a verdade salvadora é sempre acompanhada por um entendimento espiritual dela.
Na passagem diante de nós, os discípulos são chamados de luz porque os cristãos, por suas palavras e obras, são chamados a ser transmissores da luz de Cristo e do evangelho. Jesus era a luz própria no sentido que, em seu ser e na sua obra de redenção, ele é o fundamento e a fonte da verdade, salvação e iluminação. A luz de Jesus: (1) nos livra das trevas da morte espiritual (“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”, Ef 2.1. Cristo, por seu sofrimento e morte, mereceu a regeneração, fé e arrependimento para o seu povo. O que eles eram incapazes de fazer em suas trevas e depravação ética, o Salvador conseguiu para eles); (2) nos salvou das trevas ou cegueira imposta sobre o homem caído pelo pecado (veja 2Co 4.4); (3) nos redimiu das trevas da morte eterna e do inferno pelo seu dom de justificação (Ef 2.8-9; Fl 3.8-9); (4) nos libertou da escravidão ao pecado e do andar nas trevas por seu dom da santificação definitiva. “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1Jo 1.6; cf. Rm 6). “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.8-11). Portanto, quando falamos dos cristãos sendo luz, essa é sempre um espelho que reflete a luz de Cristo já revelada e recebida.
Somos luz porque cremos e possuímos a verdade e comunicamos essa verdade sobre Cristo a um mundo em trevas. Como o sal da terra os discípulos eram cruciais em purificar e preservar o mundo; como a luz do mundo eles devem iluminá-lo com a luz de Cristo. Sal é usado para deter a putrefação, enquanto luz é usada para iluminar e dissipar as trevas. As metáforas são similares, exceto que o sal é primariamente negativo e a luz primariamente positiva. Ela ilumina, esclarece e capacita as pessoas a ver. “O pensamento necessariamente sugerido à multidão de ouvintes foi o de comunicar conhecimento, corrigir erros e dissipar a escuridão, coisas inseparáveis do estado de ignorância espiritual.”
A declaração, “vós sois a luz do mundo”, como a declaração sobre o sal, é muito enfática. “Vocês (i.e., os cristãos) e somente vocês são a luz do mundo”. A única esperança do mundo de salvação, iluminação espiritual e libertação das trevas reside nos seguidores de Cristo como indivíduos e como um corpo (e.g., as sete igrejas na Ásia são descritas por João, sob inspiração divina, como sete candeeiros de ouro [Ap 1.12-13,20]). Também, como a metáfora do sal, o termo luz aplica-se especialmente aos apóstolos e a todos os pregadores do evangelho, que testemunham de Jesus de uma maneira única, comissionada. Como Jesus disse a Paulo: “Livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At. 26.17-18).
 
Fonte: The Sermon on the Mount: A Reformed Exposition, de Brian Schwertley
Tradução: Felipe Sabino (agosto/2013)
http://monergismo.com/brian-schwertley/luz-do-mundo/

domingo, 1 de janeiro de 2017

Eis o Noivo!

Samuel Rindlisbacher
Esta exclamação, extraída da Parábola das Dez Virgens (Mateus 25.1-12) é o lema da Chamada da Meia-Noite. Mas, o que o Senhor realmente quis ensinar com essa história?
No tempo que antecedeu Sua morte, Jesus contou a seguinte parábola aos Seus discípulos: “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco prudentes. As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas. E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram. Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço” (Mt 25.1-12).

O noivo é o Rei

O Evangelho de Mateus, o único em que aparece essa parábola, nos apresenta Jesus Cristo como o Rei de Israel. Relata o nascimento do Rei, Sua apresentação pública como Rei, a proclamação de Seus mandamentos reais (Sermão do Monte), fala do anúncio do reino e menciona a ação poderosa de Jesus como o Rei de Israel que os profetas já anunciavam. Seus súditos, porém, O rejeitaram, como conta Mateus. Em seu lugar escolheram o assassino Barrabás e, no final, condenaram o Rei! Jesus não se adaptava ao que eles imaginavam e esperavam. Assim, debaixo de zombaria e escárnio, Ele foi vestido com um manto “real”, recebeu uma “coroa” de espinhos na cabeça e foi elevado à cruz maldita e não ao trono. Foi entregue à morte. Parecia que seus inimigos tinham vencido. Mas era justamente o contrário! O Leão da Tribo de Judá triunfou! Ao terceiro dia saiu da sepultura. Ressuscitou e reviveu! Subiu ao céu e agora está assentado à direita de Deus. Esse Rei é o Noivo da nossa parábola.

Ainda não

Seu triunfo ainda não é visível para todos. Hoje Ele é Rei dos corações e governa invisivelmente a vida de todos os que crêem nEle como o Senhor. Mas virá o momento em que Ele triunfará publicamente. Esse dia está às portas, quando todos os homens da terra O verão, e todos os joelhos se dobrarão, reconhecendo que Ele é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Fp 2.9-10).

O tempo da parábola

A Parábola das Dez Virgens fala desse tempo em que o Rei chegará à terra para estabelecer Seu reino. Pelas cartas de Paulo sabemos que nessa época a Igreja de Jesus já terá sido arrebatada (1Co 15.51-55; 1Ts 4.13-5.11). Ela estará no céu, junto ao seu Senhor, enquanto aqui na terra os juízos da Grande Tribulação prepararão o mundo para o retorno do Rei (Ap 6ss).
Para entender a parábola, precisamos levar em consideração que os eventos a que Jesus se refere terão de ocorrer nas mesmas circunstâncias como as conhecemos do Antigo Testamento. A Igreja já terá sido arrebatada antes do retorno do Rei à Sua terra, e no tempo de Tribulação Deus se voltará outra vez para Israel. (Deus já está preparando o palco para isso, como podemos ver pela fundação do Estado de Israel!).

No Antigo Testamento

Na época do Antigo Testamento o Espírito Santo era concedido a uma pessoa, mas também podia ser retirado dela. Homens e mulheres recebiam o Espírito de forma pontual. O Espírito capacitava alguém para uma tarefa específica (por exemplo, Sansão), para o ministério (por exemplo, Moisés) ou para reinar. Essa última capacitação pode ser vista no rei Saul, de quem a Palavra de Deus diz: “o Espírito de Deus se apossou de Saul” (1 Sm 10.10). Em caso de desobediência ou pecado, o Espírito podia ser retirado, como também vemos em Saul (1 Sm 16.14). Por isso, Davi orou depois de seu pecado com Bate-Seba: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Sl 51.11). Na era da Igreja de Jesus não podemos orar assim, pois desde o Pentecoste o Espírito Santo de Deus permanece em cada cristão renascido como garantia e penhor da salvação (veja Jo 14.16; Ef 1.13-14; 2Co 5.5). Com a partida da Igreja terá chegado ao fim a era do ministério do Espírito Santo de selar as pessoas. E, sem a Igreja, instala-se outra vez uma situação semelhante à do Antigo Testamento.

As dez virgens

As dez virgens são uma ilustração de Israel esperando por seu Messias. Diante do agudo sofrimento da Grande Tribulação, Israel começará a dormir. Nessa fase da História, Israel passará pela maior angústia de toda a sua existência. Jesus chegou a dizer: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.22). E então, quando “se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12). As cinco virgens prudentes simbolizam o remanescente de Israel crente e fiel, cujo amor não esfriou. Esses serão os judeus (os “escolhidos”), que serão surpreendidos repentinamente pela vinda de seu Messias em meio ao grande sofrimento que Israel estará enfrentando, e então “olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Sobre eles o Senhor derramará o “espírito de graça e de súplicas” porque, com seu amor ao Messias e seu anseio por Sua volta, eles ainda têm azeite em suas lâmpadas. Estes entrarão na festa das bodas (Ap 19.9). As cinco virgens néscias, por sua vez, simbolizam as pessoas de Israel cujo amor pelo Messias esfriou. Estavam cheias de expectativa no início, mas, com a demora do Noivo e com as tribulações do tempo do Anticristo, perderam seu amor e sua expectativa esfriou. Suas lâmpadas ficaram sem óleo!

Prudentes ou néscias?

A pergunta que se impõe a você e a mim é: Com quem podemos ser comparados? Com as cinco virgens prudentes ou com as néscias? Não sabemos quando o Senhor voltará, mas nosso arrebatamento pode ocorrer a qualquer momento! Você estaria pronto se Ele viesse ainda hoje? Ou será que seu amor por Ele esfriou? Sua espera pela Sua volta diminuiu? As coisas terrenas conseguiram abafar em você a expectativa pela volta de Cristo? Se for assim, se as coisas deste mundo se tornaram mais importantes do que Jesus e Seu glorioso futuro, então a Bíblia exorta você com muita insistência: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5.14). Se você puder ser comparado às cinco virgens prudentes, alegre-se! Fique feliz porque você também verá o cumprimento da grandiosa promessa de 2 Timóteo 4.8: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto Juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas a todos quantos amam a sua vinda”. (Samuel Rindlisbacher — Chamada.com.br)