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domingo, 28 de agosto de 2016

O Deserto Sagrado.



Bill Lawrence

O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Habacuque 2.20).
O deserto é o templo original de Deus, Sua habitação pessoal aonde Ele leva os que O seguem para encontrá-Lo e estar em Sua presença. Foi no deserto que Deus chamou e enviou Moisés, e lhe deu os Dez Mandamentos. Foi ali que Deus formou Israel e levou Moisés a criar o Tabernáculo. O deserto também foi onde Deus preparou Davi para ser o rei de Sua nação e o protótipo do Seu Filho. Deus também se encontrou com o profeta Elias e preparou Seu profeta João Batista no deserto. O Espírito Santo levou Jesus até o deserto para ser testado, tentado e aprovado como Messias. A Palavra também nos diz que o pensamento teológico de Paulo foi desenvolvido e finalizado no deserto.

O deserto: bom, mas difícil

O deserto ainda é o templo de Deus e o lugar de Sua presença pessoal. Ele leva todos os Seus líderes a passarem por diferentes tipos de deserto para nos transformar em Suas ferramentas, para mudar vidas e tornar visões em realidade. Em vista de tudo o que Deus já fez no deserto, precisamos reconhecer que ir para o deserto para encontrar com Deus é bom, seja onde for e signifique o que significar para nossas vidas. Muitos cristãos pensam que uma experiência no deserto é algo a ser evitado ou um lugar de onde precisamos escapar o quanto antes. O fato é que o deserto só se torna uma experiência ruim quando nos recusamos a aprender o que Deus quer nos ensinar e a confiar Nele quanto ao que quer que façamos. Se o deserto é o templo santo de Deus, o lugar onde Ele se encontra com os que O seguem para prepará-los para o Seu tipo de grandeza – e é – e se o deserto é onde Ele prova que os Seus estão preparados para o Seu propósito, tanto para Ele quanto para eles – e é – então o deserto só pode ser bom! É um lugar difícil, estressante e muitas vezes isolado, mas não é um lugar ruim. Entrar na presença do Deus santo é sempre algo bom.
Às vezes, pessoas ou eventos que não podemos controlar são o que nos levam para o deserto. Alguém que amamos (como nossos filhos ou pais idosos), membros de nossas equipes criando tensão no ministério ou um chefe dificultando nossas carreiras podem nos levar ao deserto mesmo sem saber. Nós não causamos essas situações, não as escolhemos e não sabemos como ou quando nossa luta vai acabar.

O que é o deserto

O que é esse deserto que estamos enfrentando? Em sua essência, é uma metáfora bíblica para aqueles momentos áridos e estéreis da vida – sejam espirituais, físicos ou emocionais – aonde Deus nos leva para nos testar, transformar, purificar, provar e preparar para a Sua grandeza em nossas vidas. São os momentos difíceis na vida através dos quais crescemos nas mãos de Deus de acordo com o Seu propósito. Às vezes, Seu alvo é simplesmente purificar nosso caráter. Outras vezes, quer melhorar alguma dimensão da nossa capacidade. Outras ainda, Ele age para nos provar, para mostrar aos outros que somos qualificados para a liderança. Sua intenção é sempre o nosso bem, mesmo quando outros têm intenções más, como no caso de José. É por isso que nossas jornadas pelo deserto exigem grande confiança Nele. Apenas lembre que o zigue-zague pelo deserto é a distância mais curta para tornar-se frutífero.

Por que o deserto?

Por que será que, de toda a beleza da Criação, com suas montanhas cobertas de neve e vales verdejantes, seus mares imponentes e ilhas exuberantes, Deus escolhe o deserto para ser Seu templo de transformação de vidas? Por que escolhe chamar Seus líderes a um lugar tão desagradável? Por que fazer desse lugar estéril uma escola de polimento de Seus líderes? Porque o deserto é uma imagem da realidade, um vislumbre dos corações dos Seus líderes e dos seus seguidores. A aridez e a futilidade físicas do deserto representam exatamente a aridez e a futilidade espirituais dos Seus líderes até entrarem no Seu templo sagrado no deserto.
Não importa quantos relances de beleza possamos ter – e o deserto tem momentos belos – no fim das contas, nós líderes somos tão áridos e infrutíferos quanto o deserto do Sinai à parte da pureza e do poder que a presença de Deus produz em nós. Até que Deus transforme nossa escassez em beleza, nos ensinando o que mais importa quanto a nós como líderes, lideramos na futilidade de nossos desertos pessoais. De fato, o que mais importa não é o que fazemos com nossas mãos, mas o que Deus faz com nossos corações.
O deserto da vida é a clínica de cardiologia de Deus, o lugar aonde Ele nos leva para transformar nossos corações.
O deserto da vida é a clínica de cardiologia de Deus, o lugar aonde Ele nos leva para transformar nossos corações de modo a libertar nossas mãos da futilidade do nosso ego e levá-las à graça frutífera. Uma vez que tenha transformado nossos corações, o que fazemos com nossas mãos ganha um impacto eterno através de ações frutíferas transformadoras. Entramos no deserto na futilidade da nossa tolice e saímos dele sendo frutíferos na sabedoria de Deus e Sua poderosa fraqueza. Fazemos a mesma coisa que sempre fizemos; mas agora os cinco mil são alimentados, os espiritualmente mortos são ressuscitados, os desinteressados são encorajados, os surdos podem ouvir e os cegos podem ver – tudo por causa da graça de Deus através de nós.

Uma vez não basta

Nossa experiência no deserto não acaba depois de passar por lá uma única vez. De certa forma, nunca saímos completamente do deserto, porque Deus não vai terminar o processo de transformar nossos corações até que estejamos plenamente em Sua presença, quando Ele nos der um novo coração, perfeito. Então continuamos em nossas lutas no deserto, às vezes com menos intensidade, às vezes com exigência ainda maior; com frequência voltando, em meio a nossas lutas, a lugares antigos agora transformados em oásis refrescantes pela boa mão de Deus. Outras vezes encontramos novos lugares áridos e estéreis em nossas vidas – lugares que o Pai não tinha nos mostrado antes – mesmo que eles tenham sido parte de nós desde que nascemos. Quando isso acontece, sabemos que estamos entrando mais uma vez na clínica de cardiologia de Deus para outra cirurgia cardíaca sem anestesia. Não há como dormir enquanto Deus desobstrui artérias ou substitui válvulas, quanto mais enquanto faz Seus transplantes de coração; só recebemos o benefício completo da Sua cirurgia cardíaca quando encaramos a dor e os ferimentos que causamos a nós mesmos e a outros em nossos esforços fúteis para promover nossa causa no nome de Jesus. Deus está nos corrigindo e não nos punindo ao nos fazer passar por essa dor. A única forma de nos libertarmos do pecado é estarmos totalmente cientes da morte e do custo que o pecado traz, tanto em nós quanto nos que lideramos e afirmamos amar.

Um zigue-zague

Nos movemos no deserto em um zigue-zague de luta, confusão e incerteza. Por que continuamos voltando ao mesmo lugar infrutífero? Já não estivemos aqui antes? Por que precisamos voltar? Como esse zigue-zague pode ser a distância mais curta entre onde estamos e aonde queremos ir? Deus não sabe que está desperdiçando nosso tempo nos levando de volta aos mesmos buracos secos vez após vez? Se Ele consegue controlar o universo, por que não pode controlar a nossa vida de forma mais eficiente? Por que não nos dá pessoas que estão motivadas como nós, que querem ir aonde queremos ir, que se importam tanto quanto nós?
Quando finalmente saímos do deserto e olhamos para o rastro em zigue-zague atrás de nós, percebemos que essa realmente era a rota mais rápida que Deus poderia ter escolhido para nossas vidas.
Quando finalmente saímos do deserto e olhamos para o rastro em zigue-zague atrás de nós, percebemos que essa realmente era a rota mais rápida que Deus poderia ter escolhido para nossas vidas – na verdade, a única rota pela qual poderia nos levar. Como no caso dos filhos de Israel, o problema não está em Deus, mas em nós. Se tivéssemos confiado Nele mais prontamente, Ele teria agido mais rapidamente. Imagine o quão rapidamente Deus poderia ter levado o povo de Israel para a Terra Prometida se tivessem confiado Nele. Teriam chegado lá em dois anos, não em quarenta. Aqui está o que precisamos perceber: Deus nos tira do deserto o mais rápido possível, mas nunca antes de estarmos prontos para seguir em frente. Pode ser por isso que alguns de nós nunca chegamos a ser frutíferos.
Deus tem um plano e um propósito ao nos trazer para essa terra devastada e aparentemente inútil, que é transformar nossos corações para que Ele possa gerar frutos através das nossas mãos. Uma vez que tenhamos aprendido isso, podemos voltar para o deserto com expectativa quando Deus nos impelir. Só é possível enfrentar as areias escaldantes da santidade de Deus de pés descalços, mas Deus está lá para nos confortar, nos curar e nos enviar adiante mais sadios do que antes.
O deserto é uma realidade da vida da qual não podemos fugir – um lugar estéril e desolado que revela nossa futilidade. Somos impelidos a entrar nele para sermos testados, tentados e aprovados para nos tornarmos líderes aptos diante de Deus; líderes totalmente entregues, que passaram pela escola de polimento de Deus, o deserto onde Ele tem Sua clínica de cardiologia e transforma nossos corações de pedra em corações de carne. (Bill Lawrence 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Harmatiologia.



Harmatiologia - Doutrina do Pecado
01 - Introdução:
No grego, hamartia .(hamartiologia = doutrina do pecado). Significa: errar o alvo, fracassar.
Filósofos, psicólogos, teólogos, cientistas e muitos outros tem-se ocupado com o mistério da origem do pecado. Os resultados das suas pesquisas diferem muito entre si, mas a Bíblia nos da uma definição correta.
02 - A origem do pecado:
A origem do pecado jamais pode ser de Deus, pois Deus é Santo (1Pedro 1:16). Deus é Luz, e não há trevas nenhuma (1 João 1:5); Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta(Tiago 1:13).
A origem do mal tampouco foi o homem. O homem foi criado a imagem de Deus: "E criou Deus o homem a sua imagem; a imagem de Deus o criou" (Gênesis 1:27). Foi criado perfeito: "Viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31). A Bíblia diz: "Deus fez ao homem reto" (Eclesiastes 7:29). Quando Adão e Eva foram criados, o mal já existia no Universo.
a. Jesus revela o pecado:
Ele disse: "Ele (satanás) foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele, quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (João 8:44), e também: "O diabo peca desde o principio" (1 João 3:8).
O diabo era antes um querubim ungido para proteger (Ezequiel 28:14). Diz a Palavra de Deus: "No monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas"(Ezequiel 28:14). Apesar de tudo isso, ele disse em seu coração: "Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Isaias 14:13, 14).
Assim nasceu o pecado, como um pensamento no coração de Lúcifer. E esse pensamento ele pôs em ação! Rebelou-se contra Deus, e foi lançado fora do céu (Ezequiel 28:16-19).
Jesus disse para os seus discípulos que havia visto satanás, como raio, cair do céu (Lucas 10:18). Desde então, o diabo tornou-se o adversário de Deus. E satanás (em hebraico, satã) ou diabo (em grego, diablos) significa em português: adversário, acusador. Ele era Lúcifer, isto é, Estrela da manhã, filha da alva (Isaias 14:12). Mas degenerou-se, tornando-se o príncipe das trevas (Mateus 12:24).
E Lúcifer possuía livre arbítrio, coisa que Deus sempre considera. Ele abusou dessa extrema liberdade e sofreu as conseqüências. Pertenceu aos céus, mas tornou-se o antônimo do bem, o opositor de Deus.
b. De que maneira entrou o pecado no Mundo?
O mal do pecado havia entrado no universo. Porém, o homem vivia no paraíso em absoluta inocência, em pleno gozo e perfeita comunhão com Deus. De que maneira esse quadro tão perfeito foi desfeito? "Por um homem entrou o pecado no mundo." (Romanos 5:12).
Adão e Eva, por um ato de desobediência, conscientemente abriram a porta pela qual o inimigo entrou e com ele, todo o mal que trazia. A arma que o inimigo usou foi à tentação.
A Bíblia nos relata esse acontecimento de modo detalhado (Gênesis 3:1-24). Essa narração não é, como os materialistas afirmam, uma lenda, nem é, como outros dizem, somente figurativa, sem nenhum valor real. A Bíblia é sempre a verdade (João 17:17). O apóstolo Paulo acreditava no fato descrito em Gênesis 3, pois escreveu sobre ele ( 2 Corintios 11: 2,3; 1 Timoteo 2:14). O diabo veio na forma de uma serpente (Gênesis 3:1). Ele, como um anjo caído, um ser com corpo imaterial, um espírito, pode manifestar-se de muitas maneiras. Até Pedro, certa feita, foi utilizado pelo diabo como trampolim no seu ataque contra Jesus (Mateus 16:22, 23).
c. Qual foi a estratégia da operação tentação, aplicada contra Adão e Eva? O inimigo fez vários ataques, um após outro, até derruba-los?:
O diabo procurou, no seu primeiro ataque, despertar dúvida sobre a veracidade da Palavra de Deus. E ele, que é o pai da mentira (João 8:44), perguntou, torcendo a Palavra que Deus havia dito: "É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do Jardim?" (Gênesis 3:1). Porém, Deus havia dito: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem do mal, dela não comerás." (Gênesis 2:16,17). Quando Eva, na sua réplica, fez referência ao que Deus havia dito sobre a árvore do meio do jardim, o diabo torceu novamente a palavra: "Certamente não morrereis." (Gênesis 3;4). A dúvida estava plantada.
O Segundo ataque tinha por alvo colocar em dúvida as intenções de Deus para com eles, insinuando que Jeová não queria que os homens fossem tão felizes como Ele, pois não gostaria que se tornassem tais quais Ele. O diabo disse: "Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus." (Gênesis 3:5).
No terceiro ataque, o diabo despertou neles a tentação de se igualarem a Deus. Foi exatamente o mesmo pecado que o havia derrubado do céu (Isaias 14:14).
O poder da tentação estava ocupando tanto o entendimento como o sentimento de Eva (Gênesis 3:6). À vontade deles estava sendo conquistada por um desejo ilícito. Só faltava uma coisa, a própria ação. A vontade já contaminada deu o impulso necessário para que Eva cedesse; ela tomou do Fruto, comeu e deu a Adão, que também comeu (Gênesis 3: 6). Uma catástrofe, a maior de todos os tempos, havia acontecido.
d. Por que Deus permitiu que o homem fosse tentado?
Deus havia criado o homem a sua imagem e semelhança; Assim, o homem possuía livre arbítrio. Como uma criatura de Deus, estava sujeito a Ele e as suas determinações. Porém, o verdadeiro amor ao Senhor se manifesta na obediência a sua Palavra (João 14:15, 23 e 15:14).
Com o livre arbítrio, o homem podia, voluntariamente, mostrar sua inteira disposição de obedecer a Deus de coração. Com o livre arbítrio, uma atitude dessas não representaria nada.
Da mesma forma, sem que houvesse tentação, sem que fosse oferecida uma alternativa, o homem não teria tido oportunidade de mostrar que desejava sujeitar-se a Deus em tudo.
Assim, Deus permitiu que adão e Eva fossem tentados, dando-lhes, porém, as possibilidades de vencer. Deus também permitiu que seu próprio Filho fosse tentado. Jesus passou por uma prova muito mais dura (Lucas 4:1-13).
Deus sabia que o seu filho, como homem, tinha possibilidade de cair (se não houvesse essa possibilidade, a tentação teria sido apenas uma representação). Porém, Jesus venceu e permaneceu sem pecado (Hebreus 4;15), tendo voltado do deserto da tentação cheio do Espírito Santo (Lucas 4;14). Aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. (Hebreus 5:8) e agora pode ajudar a todos que são tentados (Hebreus 2:18; 4:16).
03 - Definição do pecado a luz da queda do homem:
Os diferentes nomes que a Bíblia usa a respeito de pecado expressam as principais definições sobre o que ele significa:
Transgressão (Hebreus 2:2)
Literalmente, ir além do limite (Romanos 4:15). Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua alma. Adão caiu em transgressão (1 Timoteo 2:14; Romanos 5:14), o que significa que ele violou as ordens de Deus, deixando de cumprí-las. Toda a transgressão desonra a Deus (Romanos 2:23).
Impiedade (Romanos 1:18; Tito 2:12)
Significa uma ação sem piedade, isto é, uma ação sem amor, sem adoração e devoção as coisas de Deus. O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e às coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor e reverência. Ele está sem Deus porque não quer saber de Deus.
Injustiça (Romanos 1:18)
Justiça é um procedimento de acordo com o direito. Quando isso falta, então se trata de injustiça.
Desobediência (Hebreus 2:2)
Significa insubmissão ou rebelião, literalmente ouvir mal, ouvir com falta de atenção, coisa que, diante de Deus, é como feitiçaria (1Samuel 15:2). Foi o que Adão e Eva cometeram (Romanos 5:19)
Iniqüidade (Romanos 2:8; 1 João 5:17)
Significa uma falta de eqüidade, de reconhecimento do direito ou dos princípios imutáveis da justiça. É algo que promove desordem, e quanta desordem o pecado não causou na vida do homem. Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, promoveu a eterna desordem. O anticristo é, por isso, chamado o iníquo (2 Tessalonicenses 2:8).
Errar o Alvo:
O certo é atirar sem errar o alvo (Juizes 20:16). Porém, quando alguém não faz o que é certo, errou o alvo, e isso expressa o que é pecado. Os homens procuravam atirar no alvo de se igualarem a Deus, mas erraram e ficaram sendo dominados por Satanás.
Divida (Mateus 6:12)
O Homem deve (A palavra deve vem de dívida) a Deus a guarda dos seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida.
Queda (Efesios 1:7)
Falta, ou cair para um lado no grego, donde a conhecida expressão, cair no pecado. Pecar é cair de um padrão de conduta.
Derrota (Romanos 11:12)
Ao rejeitar a Cristo, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de Deus.
O erro (Hebreus 9:7)
Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e dessa maneira se diferenciam daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que desafiadoramente, decide fazer o mal, incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, que foi levado por debilidade.
04 - Conseqüências do pecado:
O pecado é tanto um ato como um estado. Como rebelião à lei de Deus, é um ato da vontade do homem, como separação de Deus, vem ser um estado pecaminoso.
Segue-se uma dupla conseqüência; o pecador traz o mal sobre si mesmo por suas, más ações, e incorre em culpa aos olhos de Deus. Duas coisas, portanto, devem distinguir-se; as más conseqüências que seguem os atos do pecado, e o castigo que virá no juízo.
As escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado: O primeiro, é seguido por conseqüências desastrosas para sua alma; O segundo, trará da parte de Deus o positivo decreto de condenação.
O pecado interrompeu a comunhão entre Deus e o homem. Deus convivia com o homem em comunhão e cooperação maravilhosa (Gênesis 2;18,19). Porém, quando Deus, após a queda, veio ao seu encontro, Adão e Eva esconderam-se entre as árvores do jardim (Gênesis 3:8).
A pergunta de Deus: "Onde estas?" (Gênesis 3:9), mostra que a atitude de Deus para com Adão era agora diferente. A Bíblia diz: "As vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus." (Isaias 59:2). Assim, devido ao seu pecado foram expulsos do jardim (Gênesis 3:23, 24).
O pecado torna o homem culpado diante de Deus. Culpa é uma omissão prejudicial, um delito, uma inobservância de uma regra de conduta. Deus perguntou a Eva: "Por que fizeste isso?" (Gêneses 3;13). Aquele que tropeçar em um só ponto, torna-se culpado de todos (Tiago 2:10). Assim, Todo o mundo fique sujeito ao juízo de Deus (Romanos 3;19).
O pecado faz o homem ficar debaixo da ira de Deus (Romanos 1:18-20). A Bíblia diz: "Por essas coisas vem a ira de Deus" (Efésios 5:6). Quando há perdão, a ira de Deus se retira. (Isaías 12:1-3), mas permanecerá sobre aqueles que não aceitarem o único meio de perdão, Cristo, que Deus oferece (João 3:18).
05 - Os efeitos do pecado na vida do homem:
Os prejuízos que o pecado traz na vida do homem são incalculáveis. O pecado fez o ser humano perder a sua tranqüilidade. Antes que o pecado entrasse no mundo, não existiam angustia, aflição, lagrimas etc.
Porém, depois que o homem caiu, foi obrigado a enfrentar tribulação e angustia (Romanos 2:9). O pecado colocou o homem sob seu domínio, pois ele alastrou-se e multiplicou-se de tal maneira na vida do homem que o profeta Isaias disse: "Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã" (Isaias 1:6).
O pecado contaminou o entendimento e a consciência do homem (Tito 1:15). A sua vontade ficou inteiramente sujeita ao mal (Romanos 7:19-23): Toda imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente (Gênesis 6:5).
Pelo pecado o homem perdeu a sua posição de governo, Deus o colocara para dominar (Gênesis 1:28); porém, pelo pecado, tornou-se dominado, não somente pelo pecado, mas também pelas coisas criadas (Romanos 1:25).
Em lugar de ser senhor, tornou-se escravo da cobiça, da inveja, da avareza e outras conseqüências (1 Timoteo 6:10). Em lugar de governar sobre o pecado, tornou-se escravo dele (João 8:34).
O pecado prepara uma plataforma para o diabo na vida do homem. Se o crente é vencido pelo tentador, e o pecado entra na sua vida, deixa nela uma plataforma para o inimigo exercer maior influência.
Mas, se resistirmos ao diabo, ele fugira de nós (Tiago 4:7). Quando, porém, o homem obedece ao pecado (Romanos 6:16), os seus membros se tornam sujeitos a imundícia e a maldade (Romanos 6:19).
O pecado sujeitou o homem à morte, Deus disse no Éden: "No dia em que dela comeres, certamente morreras" (Gênesis 2:17).
Paulo escreveu que: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Romanos 5:12).
Essa palavra se cumpriu no dia da queda. A morte entrou e iniciou o seu domínio em três sentidos:
A morte física. Deus disse ao homem no dia da queda: "Comerás o teu pão, até que te tornes a terra" (Gênesis 3:19). Assim, a morte física ou a separação do espírito e alma do corpo (Tiago 2:26) começou desde o dia da queda. Deus, já no Éden, falava de dor (Gênesis 3:16). A doença é o inicio da morte.·
A morte espiritual. É a separação entre o homem e Deus. Por isso, a Bíblia fala do homem não-crente como de um morto (Lucas 15: 24,32). Em Mateus 8:22, Jesus fala desses dois tipos de morte, ou seja, da morte espiritual e da morte física.·
A segunda morte (Apocalipse 20:6). Significa a eterna separação de Deus de todos que, antes da morte física, não aceitaram a salvação. É Bem verdade o que a Bíblia afirma: "O Salário do pecado e a morte" (Romanos 6:23).
06 - Conclusão:
Devemos sempre estar em alerta, vigiando e orando para não cairmos na astutas ciladas do inimigo, pois ele lança as suas ofertas para nos tentar, e fazer com que pecamos. Mas se pecarmos: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9).
"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (1 João 2:1). Que Deus seja Louvado, Amém.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

3 verdades para dizer à tentação.



Como verdadeiro filho de Adão, nascido com uma afeição natural pelo pecado, não me faltam oportunidades de considerar o pecado e de considerar o desejo de cometê-lo em suas mais diversas variedades. Como marido, pai, pastor e membro de igreja, não me faltam oportunidades de falar com os outros sobre seus pecados e tentações. E recorrentemente me vejo voltando a verdades mais simples, a palavras que podem e devem ser ditas à tentação.
A primeira coisa a se falar ao pecado que o tenta é: esse não é quem eu sou! Aquela tentação, aquele pecado, não é mais parte da sua identidade. Aqueles que colocaram sua fé em Cristo Jesus estão em Cristo Jesus – “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo (1 Coríntios 15.22). Agora há uma união em Cristo que provê uma identidade nova. “Vocês não pertencem a si mesmos, porque foram comprados por preço” (1 Coríntios 6.19-20). Se Cristo é a videira, você é um ramo enxertado na videira e feito indissociável dela (João 15.5). Você não é mais quem você era. Você é uma nova criatura, refeita a imagem de Cristo. Você foi justificado, adotado e santificado. Em sua salvação, você foi transformado de forma que a sua mais profunda identidade, sua identidade eterna, não é mais de Satanás, mas de Cristo. Não mais pecaminosa, porém santa. Seja quem você é!
A segunda coisa a se dizer à tentação é:você não tem poder sobre mim! Houve um tempo em que o pecado e a tentação tinha completo poder sobre você. Você estava sob domínio de Satanás, escravo do pecado e da injustiça (Romanos 6.20). Porém, não mais. Ao colocar sua fé em Cristo, você foi liberto da autoridade do pecado. “(…) sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destituído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado” (Romanos 6.6-7). Não apenas isso, o Espírito Santo fez de você sua habitação (1 Tessalonicenses 4.8), e ele dá poder para não pecar, além de poder escolher alegremente a justiça. O único poder que o pecado tem é o que você o dá quando se recusa a se utilizar da força “esmagadora de pecados” do Espírito Santo. Nunca se esqueça que o seu pecado não tem poder sobre você.
A terceira coisa para falar para sua tentação é: você promete demais e entrega de menos! O pecado sempre promete muito, mas entrega pouco. Apenas pense no que o pecado prometeu para Adão e Eva (Gênesis 3.4-5) e o que ele realmente entregou a eles (de Gênesis 3.7 a Apocalipse 22.21). Pense no que o pecado prometeu a Abraão, Sansão, Davi, Judas, Pedro, Ananias e Safira e compare com o que ele custou para essas pessoas. Além disso, pense em Jesus e o que o pecado custou para ele (embora o pecado fosse dele por imputação, não por comissão)! Se você ler sua Bíblia, mesmo que com o olho entreaberto, você não conseguirá deixar de perceber o abismo entre o que o pecado oferece e o que ele entrega. Se você rever sua vida com um mínimo de honestidade, você perceberá esse mesmo abismo. O pecado promete alegria, mas traz dor. Promete felicidade, mas traz vergonha. Promete vida, mas traz morte. Promete liberdade, mas traz culpa. Promete o céu, mas traz o inferno. É sempre, sempre uma mentira.
A tentação de pecar é inevitável quando você é um ser pecaminoso, vivendo em um mundo de pecado. Mas de fato pecar não é, de forma alguma, inevitável quando somos feitos santos, por meio de Jesus Cristo. Aprenda a falar a verdade, a verdade dele, a todas as tentações.



Traduzido por Victor Bimbato | Reforma21.org | Original aqui
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sábado, 20 de agosto de 2016

Certeza Que Consola















Thomas Lieth
Esta mensagem lembra muito as palavras do salmista: “Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sl 73.26). Quando João Batista recebeu no cárcere a confirmação de que Jesus Cristo era realmente o Messias aguardado, teve condições de esperar sua execução sem se desesperar, com o coração consolado.
Em Mateus 11.2-3 lemos: “Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?”
João Batista, cuja vida apontava para a vinda do Salvador, e, como mensageiro do Messias, tinha a incumbência de preparar o povo de Israel para receber o Ungido, estava preso num cárcere. Nessa aflição, enviou dois de seus discípulos a Jesus com a pergunta: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” De repente, o coração de João começou a ser assaltado por dúvidas: esse Jesus era de fato o Messias ou eles deveriam esperar outro? Por que ele começou a duvidar?
Quando ainda batizava no Jordão e Jesus veio ter com ele,  João testemunhou com toda a clareza e com certeza inabalável: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29b). “...eu, de fato, vi e tenho testificado que ele (Jesus) é o filho de Deus” (v.34). Dois versículos adiante está escrito: “e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!” (v.36). João não apenas cria em Jesus mas estava plenamente convicto de que esse Jesus era o Messias, o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus – sem duvidar e sem vacilar!

Esperanças não-cumpridas...

...vêm acompanhadas de dúvidas. O que João Batista esperava de Jesus? Ele, os discípulos e todo o povo de Israel esperavam o Messias chegando com poder e glória, libertando Israel do jugo dos romanos e estabelecendo o prometido reino messiânico. Mas essa expectativa não estava se concretizando naqueles dias. Ao invés de experimentar triunfo, alegria e regozijo, João Batista foi preso, jogado no cárcere, subjugado e humilhado. Por isso, em sua aflição e em suas dúvidas cruéis, João enviou dois de seus discípulos a Jesus para perguntar se Ele era o Messias prometido.
Seja como for, João dirigiu suas perguntas à pessoa certa. Ele sabia que somente Jesus poderia fornecer uma resposta confiável às dúvidas que assaltavam seu coração, dando nova perspectiva à sua situação nada satisfatória.

Uma resposta maravilhosa e miraculosa

Quando os dois discípulos, por ordem de João Batista, perguntaram se Jesus era o Messias prometido ou se deveriam esperar outro, Ele lhes respondeu: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mt 11.4-6).
Essa era uma resposta que esclarecia e elucidava o assunto. Mas por que ela foi tão minuciosa e tão bem explicada? Será que Jesus não poderia ter respondido com palavras mais breves e mais simples? Por que Ele não disse simplesmente aos enviados: “Digam a João: sim, eu sou o Messias!” Se Jesus tivesse respondido dessa forma, certamente João teria ficado satisfeito naquele momento. Mas depois de alguns dias, com a continuidade de sua aflição pessoal, as mesmas dúvidas voltariam a assaltar sua mente: “Será que Jesus mentiu para mim? Por que continuo na prisão? O que está acontecendo? Precisamos esperar por alguém ainda maior que Jesus?” Dúvidas, perguntas, questionamentos e mais dúvidas, assim como as encontramos com freqüência em muitos casos tratados no aconselhamento bíblico. E, muitas vezes, o resultado dessas dúvidas e questionamentos é a revolta contra Jesus! Não foi por acaso que Ele acrescentou à Sua resposta: “E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço”.
Jesus respondeu de maneira bem diferente do que nós responderíamos e do que esperaríamos dEle. Sua resposta consistiu menos de palavras do que de obras. Ele mandou os discípulos olhar e ver o que estava acontecendo. Jesus também relacionou o que disse às declarações do profeta Isaías. Este havia profetizado que o Servo do Senhor, o Messias, iria pregar boas-novas e curar os quebrantados, sarar os cegos e os surdos e proclamar libertação aos cativos (Is 42.6-7,18; Is 61.1-2). Os dois discípulos de João viram todas essas coisas acontecendo diante de seus olhos. Mencionando tudo isso, Jesus deixou claro para João que Ele representava tudo o que havia sido profetizado acerca do Messias.

Certeza e confiança através do cumprimento da profecia bíblica

A resposta de Jesus não foi uma declaração apenas de lábios, não foi um simples sim ou não. Sua resposta estava embasada em fatos incontestáveis, fatos que permitiam a verificação de Sua reivindicação de ser o Messias. Essa resposta representava mais do que milhares de respostas afirmativas:“Sim! Eu sou o Messias!” Agora João tinha certeza absoluta de que esse Jesus era realmente o Filho do Deus vivo e que ele não precisava esperar por mais ninguém!
Antes de ser preso, ele tinha clareza sobre o fato de Jesus ser o Cordeiro de Deus que levaria o pecado do mundo. Mas quando viu que Jesus não libertava os judeus do jugo romano, e quando ele mesmo foi lançado no cárcere e esperava por sua execução, começou a duvidar da identidade de Jesus. Através da resposta dEle, trazida por seus discípulos, foi reconduzido à sua certeza inicial de que Jesus, e nenhum outro, era o Messias.
Mesmo que suas expectativas não tivessem se concretizado, mesmo que sua situação pessoal não tivesse mudado e até piorado, João não se irou contra Deus nem se revoltou contra o Senhor. Ele estava na prisão e não sabia o que lhe traria o dia de amanhã. Sua incerteza em relação ao futuro continuava a mesma, mas apesar disso ele tinha condições de continuar calmo e tranqüilo. Como isso foi possível? Mesmo que a aflição fosse a mesma, a legítima Palavra de Deus vinda da boca de Jesus lhe concedeu força e consolo, esperança e certeza! Agora ele podia viver na convicção de que Jesus era o Messias e que a Palavra de Deus se cumpre – sempre! Diante dessa convicção nascida na fé, todos os outros assuntos perderam sua importância, e João conseguiu colocar todas as questões pessoais em segundo plano. Prisão ou palácio, riqueza ou pobreza, agora apenas uma coisa contava: somente Jesus!
Quais são as nossas expectativas? Qual a nossa esperança? O que nós aguardamos? Talvez você esteja decepcionado porque o Arrebatamento ainda não aconteceu. Você fica irado com Jesus porque continua desempregado? O que pesa em seu coração? Quais os seus questionamentos? Quais as suas dúvidas? O que deixa você insatisfeito? Jesus diz que “bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço”. Certamente nós também temos muitas razões para estarmos satisfeitos, tranqüilos e consolados, para sermos gratos. Paulo escreveu palavras cheias de consolo aos cristãos em Filipos enquanto estava na prisão, não a partir de um palácio em Roma. Essas palavras até hoje trazem conforto e alento renovado também a nós, que seguimos o Cordeiro – a cada um de nós pessoalmente, independentemente das condições em que vivemos e do que estejamos passando: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.4-7).
Deveríamos confortar e estimular uns aos outros continuamente com essas afirmações, assim como João se alegrou sobremaneira com as palavras que Jesus mandou dizer-lhe! Jesus é o Filho de Deus, Ele cuida de nós, a Palavra se cumpre e Cristo voltará como prometeu (Jo 14.2-3; veja 1 Ts 4.16-18). Até que estejamos para sempre na glória com Ele, pratiquemos o que está escrito em Filipenses 4.6: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições...” Então “a paz de Deus, que excede todo o entendimento” guardará nossos corações e nossas mentes“em Cristo Jesus” (v. 7). (Thomas Lieth - http://www.chamada.com.br)
http://www.chamada.com.br/mensagens/certeza_consolo.html

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O mais importante.



Uma das minhas coisas favoritas a respeito das epístolas do Novo Testamento é os momentos pessoais, as interações pessoais entre o autor e sua audiência. Amo ler a lista “não esqueça o leite” de Paulo no final de 2 Timóteo. Eu amo ler suas saudações calorosas e lembranças ao final de Romanos.
Um grande momento ocorre em 2 Timóteo 3. Paulo escreve para Timóteo e o recorda do privilégio que ele teve quando mais novo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3.14-15).
Paulo relembra Timóteo das duas pessoas mais influentes na sua infância — sua mãe e sua avó (veja também 2 Timóteo 1:5). Nós aprendemos que Timóteo teve o distinto privilégio de ter sido criado em uma lar cristão, e Paulo quer que ele considere o que isso fez à ele e nele.
O que foi que a mãe e a avó de Timóteo fizeram para que elas merecessem o elogio de Paulo? O que fizeram elas que fez tanta diferença na vida de Timóteo? Não foi fazer com que Timóteo estudasse e memorizasse seu catecismo. Não foi ensiná-lo teologia sistemática. Paulo não o elogiou por todos os versículos Bíblicos que ele havia memorizado nem por todos os hinos que ele sabia. Ele nem mesmo mencionou Timóteo como tendo um mentor ou alguém que o tomou debaixo das suas asas. Estas coisas são todas boas, mas não foram as coisas que interessaram Paulo aqui.
Paulo somente diz isto: que a mãe e avó de Timóteo introduziram ele à Bíblia, o que ele se refere como “as sagradas letras”. E a Bíblia havia feito uma obra em Timóteo. A Bíblia havia feito toda a diferença. Havia feito de Timóteo um homem sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Havia salvado a sua alma e o tornado no homem que ele se tornou.
Julgo isso ser um encorajamento doce e oportuno. Há tantos meios pelos quais eu sinto o meu fracasso como pai. Há tantas coisas que eu escuto outros pais fazendo e eu me vejo desejando que eu estivesse fazendo tais coisas também. Porém, nas palavras de Paulo, eu sou lembrado que o meu papel primordial como pai é simplesmente expor os meus filhos à palavra de Deus. Não importa as outra coisa que eu faça, eu preciso fazer isso. E isso eu faço. Dia após dia nós lemos a palavra de Deus juntos e semana após semana nós ouvimos juntos a palavra pregada e ensinada. A medida que nós podemos, nós fazemos do nosso lar um lugar onde a Palavra está presente e é honrada.
Estou mais convencido que nunca de que nada fará maior diferença na vida dos meus filhos do que isso: expô-los à perfeita e poderosa Palavra de Deus. Se eu fizer isto, eu estou fazendo a coisa certa. Eu estou fazendo a melhor coisa. Eu estou fazendo o mais importante

Traduzido por Nayara Andrejczyk | Reforma21.org | Original aqui
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sábado, 13 de agosto de 2016

Paulo, O Homem dos Superlativos


Werner Gitt
Existe um homem de muitos superlativos, e é dele que queremos falar. Será que ele aparece no Livro dos Recordes Mundiais? Muita gente se empenha com todas as forças e usa todos os seus recursos apenas para ver seu nome no Guiness.
Nenhum desses recordistas é o nosso homem dos superlativos. Seu nome está inscrito em um livro muito mais importante que o Guiness; ele está na Bíblia. Este, sim, é um livro repleto de superlativos. Já em suas primeiras páginas, no relato da criação do mundo, o leitor é apresentado a um superlativo depois do outro. E isso continua até sua última página. O Apocalipse fala de um banco de dados que contém mais informação do que qualquer pessoa jamais poderia conhecer:
Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (Ap 20.12). Esse é o banco de dados de Deus. Esses livros registram cada ser humano, nome por nome, incluindo todos desde Adão e Eva até nós que vivemos hoje. O registro não contém apenas as informações constantes nos órgãos oficiais como data de nascimento, altura ou cor dos olhos, mas inclui o tamanho do sapato, cor do cabelo, quantidade de fios de cabelo e milhares de outros detalhes de cada um de nós. Só os dados de cada um dos cidadãos do mundo já ultrapassam a capacidade da imaginação humana.
Mais significativo ainda é que esses livros tenham o registro de todos os nossos pensamentos e de todos os nossos atos. Tudo está listado, as coisas que agradam a Deus juntamente com cada um dos nossos pecados. E nenhum desses dados jamais será perdido. A Bíblia conta que, um dia, cada um de nós será julgado segundo nossa biografia completa gravada nos livros de Deus. Tudo o que passou pela nossa cabeça em forma de pensamento e tudo o que moveu nossa língua está escrito ali. E tudo será revelado e exposto. Só podemos ficar assustados com essa contabilidade minuciosa. Mas, graças a Deus, também existe a ordem de “deletar”. E essa ordem apaga os pecados. Quando alguém chega à cruz de Cristo trazendo seus pecados, recebe perdão. Então, aos olhos de Deus, é como se eles jamais tivessem constado em Seu banco de dados. Mais ainda: depois que os pecados foram apagados a pessoa passa à condição de completamente justa diante de Deus – tão justa como se jamais tivesse cometido um único pecado. Esse pleno perdão também é um dos superlativos que a Bíblia nos apresenta.
Mas, a seguir vamos nos ocupar com nosso “homem de superlativos”, que tem muito a dizer dentro da Bíblia. Ao ler esse título, muitos personagens bíblicos podem ter vindo à nossa mente, por exemplo, Sansão ou Moisés ou Jó, mas hoje nos ocuparemos com alguém que não nos ocorre de imediato. Mesmo assim, esse homem pode ser enquadrado em pelo menos dez superlativos. É o apóstolo Paulo.

1. O mais zeloso em Israel

Saulo, como ele se chamava originalmente, queria servir a Deus e zelava pelos interesses do Senhor como nenhum outro em sua época. Quando Estêvão foi apedrejado, tornando-se o primeiro mártir cristão, Saulo “consentia na sua morte” (At 8.1). Saulo pensava que acabar com esse homem era prestar um serviço a Deus. E se alegrava com isso. Fez da perseguição aos cristãos sua grande causa. Ele achava que os cristãos tinham de sumir do mapa, e pensava estar servindo a Deus ao persegui-los. “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” (At 9.1-2). Isso era zelo por Deus e empenho máximo pela Sua causa!
Saulo foi um homem de grande força de vontade. Ele colocava suas idéias em prática sem poupar esforços, tempo ou dinheiro. O que planejava, ele realizava. Também possuía mais alguns pré-requisitos que o fizeram o maior missionário de todos os tempos: era judeu e cidadão romano ao mesmo tempo. Isso lhe dava livre acesso a todo o Império Romano daquela época. E ele tinha um conhecimento fora do comum das Sagradas Escrituras, pois foi“instruído aos pés de Gamaliel” (At 22.3),ou seja, estudou as Escrituras bíblicas com um renomado mestre judeu. Paulo tornou-se ele mesmo um grande erudito; além disso, era um profundo conhecedor do hebraico e do grego.
Apenas um único pré-requisito, o mais importante, ainda faltava para Paulo ser um missionário: ele não tinha Jesus Cristo. Ninguém pode ser missionário sem Jesus. Depois de uma palestra, um ouvinte me disse: “Se esse negócio de Evangelho é tão importante, então devo ir imediatamente à Índia ou a qualquer outro lugar para falar de Jesus às pessoas”. Eu respondi: “Meu jovem, não vá de jeito nenhum! Você vai fazer mais estrago do que ajudar”. – “Por quê?” – “Se você não se converter e for pregar o Evangelho do jeito que está, você vai causar mal ao invés de bem. O mais importante, que você ainda não tem, é Jesus”. Só quando Jesus torna-se nosso Senhor pessoal poderemos começar com a missão de pregar o Evangelho aos outros.
Saulo estava em viagem para perseguir a Igreja dos cristãos. Aí, no deserto, aconteceu o fato mais relevante de toda a sua vida: “Seguindo ele estrada afora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9.3-5). Nesse encontro com Jesus, Saulo caiu literalmente do cavalo e se converteu. Deus tem muitos meios de interferir na vida de alguém. Ele não usa moldes, pois dispõe de muitos e variados métodos para tocar os corações, e nenhuma conversão é igual à outra. Dessa forma, cada um tem a sua história bem particular de encontro com Jesus.
A partir daí Saulo, mais tarde chamado de Paulo (At 13.9) passou a estar profundamente ligado a Jesus, o que pode ser visto na resposta que ele deu ao carcereiro de Filipos. Este clamou quando os muros da prisão tremeram:“que devo fazer para que seja salvo?”.Paulo não respondeu: “Creia em Deus e você estará salvo”, mas afirmou categoricamente: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31).Essa resposta esclarece muitas coisas, mas acima de tudo mostra que Paulo era um homem que, acreditando no Deus dos patriarcas do Antigo Testamento, de repente exclama de forma espontânea:“Crê no Senhor Jesus !”. Jesus já havia ensinado um fato básico acerca da salvação e do acesso ao céu : “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).Essa é uma declaração que exclui toda e qualquer exceção. Muitos dos nossos contemporâneos não gostam dessa exclusividade. Mas para Paulo não havia alternativa à frase: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo”. Desde que ele próprio havia experimentado a salvação por Cristo, tinha em mãos a preciosa bússola que indica o caminho certo para todos os homens. E agora ele se punha a caminho carregando essa preciosa mensagem do Evangelho da salvação em Jesus Cristo, o Filho de Deus.

2. Convertido diretamente pelo Senhor ressuscitado

Nenhuma pessoa se encontrou com Jesus Cristo depois de Sua ressurreição de forma tão direta como aconteceu com Paulo. Como a Escritura testemunha e como a História da Igreja documenta muito bem, é da vontade de Deus que pessoas proclamem a mensagem do Evangelho. Homens longe de Deus ouvem de outros homens a salvadora Palavra do Senhor e têm a liberdade de aceitar ou rejeitar a mensagem ouvida. A conversão de alguém sempre se dá com a cooperação de outras pessoas usadas por Deus. Paulo foi a única exceção – ele se converteu diretamente pelo Cristo ressuscitado, sem intermediação humana!
Deus estabeleceu que Sua mensagem não seria pregada por anjos, mas por pessoas. Jesus ordenou a Seus discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...” (Mt 28.19). O campo missionário é tão vasto e tão cheio de gente precisando ouvir o Evangelho que, até Jesus voltar, não vai faltar serviço aos crentes. E esse trabalho todo, esse campo a ser arado, foi confiado por Deus a homens, não a anjos.
Certo homem ouviu a mensagem de Jesus em uma evangelização realizada numa tenda. Ficou irritado e começou a perturbar e blasfemar contra Deus. No final, ele alfinetou: “Ei, se o Deus de vocês existe mesmo, então Ele deveria mandar um anjo agora mesmo para me dar uma surra bem em frente de vocês todos. Felizmente não preciso ter medo disso, porque isso não vai acontecer!”. Aí, do outro lado do salão se levantou um ferreiro de dois metros de altura e ombros largos que lhe respondeu: “Para isso Deus nem precisa mandar anjo algum. Eu mesmo resolvo essa questão agora mesmo”. Sabemos que Deus tem os seus em todos os lugares.

3. Cristo acima de tudo

Na vida de Paulo, Jesus realmente estava em primeiro lugar. Ele descreveu sua posição: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.7-8). Paulo havia experimentado uma completa inversão de todos os seus valores. Comparadas com Cristo, todas as outras coisas preciosas de sua vida se tornaram “refugo”. Cristo estava em primeiríssimo lugar em sua lista de prioridades. Não era um enfeite qualquer, mas detinha a primazia em todas as áreas de sua existência.
Esse fato coloca o leitor diante da pergunta: que lugar Jesus Cristo ocupa na minha escala de valores? Não deveríamos nos esquivar dessa questão fundamental da vida espiritual. Deveríamos pensar nela seriamente quando nos recolhemos em silêncio. Onde me encontro realmente em relação ao Senhor? Existe alguma coisa na minha vida que vem antes de Jesus – talvez algum passatempo, minha profissão ou minha família? Nossa vida depende basicamente de nossa posição em relação a Cristo, de nosso relacionamento com Ele, e esse relacionamento influencia todas as áreas de nossa existência terrena.

4. Maior pregador para os judeus

A pregação do Evangelho que Paulo realizava acontecia através de uma estratégia bem definida: primeiro ele dirigia-se aos judeus. Quando chegava em algum lugar, ia sempre à sinagoga: “E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus” (At 9.20). Esse texto breve nos mostra qual era o centro de sua pregação: que Jesus era o Filho de Deus. Se ele tivesse pregado que Jesus foi um homem bom, um benfeitor e amigo dos pobres ou até um revolucionário e tivesse acrescentado “Ele ama vocês!”, teria colhido gratidão e aplauso.
A salvação do mundo e do indivíduo não depende de qualquer outro parâmetro – não depende de boas obras, nem de um caráter nobre. Depende de uma única Pessoa, depende de Jesus Cristo.
Mas Paulo chegava ao ponto sem rodeios: “Jesus é o Filho de Deus”. E sempre enfatizava que a salvação do mundo dependia apenas e exclusivamente de Jesus. É exatamente o que nós também temos que testemunhar a todos: que a salvação do mundo e do indivíduo não depende de qualquer outro parâmetro – não depende de boas obras, nem de um caráter nobre. Depende de uma única Pessoa, depende de Jesus Cristo. Mas era isso que os ouvintes nas sinagogas geralmente rejeitavam, e então jogavam Paulo na rua. Esse era o resultado que ele conseguia com sua pregação “simplista”! Mas ele não pregava outra coisa, pois se não fosse tão exclusivista, não estaria lhes trazendo a salvação. Paulo amava seus patrícios, como gostava de chamá-los, e por isso dizia-lhes toda a verdade. Todo o seu amor por seus compatriotas fica evidente nesta sua declaração:“porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne” (Rm 9.3). Por amor, Paulo teria trocado a própria salvação pela salvação de seu povo judeu.
Esse é um amor humanamente inconcebível. Paulo, por estar tão cheio desse sentimento, pregava a verdade sem reservas e sem rodeios. O que ele transmitia tinha mais ou menos este sentido: “Pessoal, o que importa é que vocês acreditem em Jesus. Todo o resto, tudo o que vocês fazem ou deixam de fazer, não adianta nada para chegar ao céu”. Paulo reagia à rejeição dos judeus, e o que ele lhes disse me comoveu profundamente: “Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios” (At 13.46). Tão decisiva e importante é a mensagem de Jesus! Quem a rejeita perde a chance da vida eterna.
Essa é a conseqüência de se decidir contra Jesus, e Paulo somente conseguia colocar seu povo diante dessa alternativa porque o amava de verdade. Certamente ele pregou o Evangelho com muito carinho, e talvez tenha suplicado que aceitassem a Jesus: “Meus queridos, por favor, aceitem o Único que dá salvação! Com certeza, Jesus os levará ao céu! Todo o empenho de vocês até aqui não vale nada!”.
Certa vez assisti uma palestra do professor Pinchas Lapide (1922-1997), um reconhecido erudito e teólogo judeu. Ele fez uma longa explanação sobre Jesus. Citou diversos textos do Novo Testamento e comentou-os tão cientificamente que sua própria opinião acerca de Jesus nem chegou a transparecer. Apesar de sua postura positiva em relação aos Evangelhos, sua palestra foi tão neutra como se discorresse sobre alguma fórmula matemática. Mas Jesus Cristo é uma Pessoa, e se engana quem pensa que pode falar dEle de forma neutra. Falar de Jesus sempre exige um posicionamento. No final de sua palestra, Lapide deu oportunidade para perguntas. Eu me manifestei: “Estou interessado em saber quem é esse Jesus para você pessoalmente?” Ele respondeu: “Para nós judeus, Jesus é um profeta como Jeremias, por exemplo”. Senti que, com essa resposta genérica, “para nós judeus”, ele estava se esquivando de uma resposta franca. Mas ele continuou: “Para você...” – e isso ele também não precisaria ter dito – “...Jesus é o Messias que já veio”. Somente na minha terceira tentativa ele respondeu de fato à minha pergunta: “Agora eu quero dizer o que Ele é para mim. Ouça bem! Possivelmente – e essa palavra deve ser sublinhada em negrito três vezes – possivelmente o Messias, que já veio para você e pelo qual nós judeus ainda esperamos, seja a mesma Pessoa”. É admirável como alguém pode chegar tão perto de Jesus sem reconhecê-lO como Aquele quem Ele realmente é! Se esse nobre sábio judeu retirasse seu “possivelmente”, teria encontrado a Cristo como seu Salvador pessoal. O próprio Jesus elogiou um homem que deu uma resposta boa e bem fundamentada biblicamente: “Não estás longe do reino de Deus” (Mc 12.34).“Não estar longe” significa perto, mas não dentro. Ainda falta um pouco!
Muitas pessoas estão a quilômetros de distância do reino de Deus. Essas precisam ser buscadas metro a metro. Fico admirado como isso pode acontecer rapidamente. O marido de uma mulher crente, uma parente distante minha, aceitou o convite para assistir a uma de minhas palestras perto de onde mora. Ele veio me ouvir por razões puramente familiares. Logo no início, ao me cumprimentar, ele já foi dizendo: “Vim meio arrastado para essa reunião cristã. Para que tudo fique bem claro e você conheça minha opinião: eu sou ateu”. Meio sem pensar, respondi espontaneamente: “Isso não vai ficar assim por muito tempo”. Durante a palestra, ele ficou calmamente sentado, só ouvindo. No final do culto eu ofereci aconselhamento a quem estivesse interessado em saber mais acerca do caminho a Cristo. Para minha grande surpresa, Bernard também veio à frente. Quase não consegui acreditar no que meus olhos estavam vendo e achei que ele tinha vindo apenas por curiosidade, para ver o que acontecia nesse tipo de reunião de aconselhamento. Como costumo fazer, depois das explicações acerca da salvação, perguntei a cada um dos que estavam lá: “Você quer aceitar Jesus?”. Fiquei pasmo: meu parente ateu convicto aceitou a salvação! Seu propalado ateísmo não durou muito tempo! Naquela noite ele conheceu a Cristo. Ele parecia tão longe, e estava tão perto!
O que o levou a dizer “sim”? Devo ter falado alguma coisa que tocou seu coração. Todo o seu ateísmo ruiu naquela noite como se fosse um castelo de cartas. De repente, reconheceu que ele próprio precisava de Jesus. Deus dobra pessoas assim, que parecem tão longe da verdade. Ele reparte os despojos “com os poderosos” (Is 53.12).
Muitas pessoas estão a quilômetros de distância do reino de Deus. Essas precisam ser buscadas metro a metro.
O que os pregadores não podem fazer, o Espírito Santo faz. Ele fornece as palavras certas no tempo certo. Jesus prometeu a Seus discípulos: “Por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis... não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer” (Mt 10.18-19). Esse deve ser o ponto de partida de cada pregador: contar com a ação do Espírito Santo.

5. O maior missionário para os gentios

Quando Paulo foi de navio da Ásia Menor para Neápolis (atual Kavala), pisou em solo europeu pela primeira vez. Ele nem imaginava a importância e as conseqüências desse passo. Talvez até duvidasse de que esse fosse o destino certo, pois logo foi açoitado e jogado na prisão por causa da mensagem que pregava. Mas seu trabalho produziu frutos. A primeira pessoa que se converteu na Europa é conhecida pelo nome. Foi uma mulher chamada Lídia. A mensagem tocou seu coração tão fortemente que ela se entregou espontaneamente a Jesus. Vemos Paulo pregando aos gentios e colhendo os frutos de seu trabalho.
Paulo escreveu aos gálatas: “...o evangelho da incircuncisão me fora confiado” (Gl 2.7). Depois de fundar igrejas em diversos lugares, escreveu cartas aos novos convertidos. Essas cartas continham as diretrizes para o viver cristão, de grande ajuda para as igrejas em suas situações particulares, formando hoje um terço do Novo Testamento. O que é feito em Nome de Deus permanece. As cartas de Paulo alcançaram significação mundial e foram traduzidas nas mais variadas línguas da terra. Hoje o Novo Testamento pode ser lido por quase todos os povos e tribos em sua própria língua – que fruto inimaginável do ministério de um só homem! Temos de lembrar que Paulo não escreveu suas cartas apenas na teoria, sentado diante da janela, admirando uma bela paisagem. Escreveu muitas delas em meio às maiores dificuldades pessoais, inclusive na prisão. Mas ficou firme em Nome de Jesus e cumpriu sua missão.
Isso ficou muito vivo para mim quando estive na Austrália. Lá preguei em diversos lugares, inclusive em uma igreja no extremo Leste do país. Olhando a partir de onde estamos agora, esse seria um dos lugares mais distantes do planeta. No domingo pela manhã, uma grande igreja se reuniu para ouvir a Palavra de Deus. “Incrível”, pensei comigo, “essa mensagem realmente chegou até aos confins da terra, bem como o Senhor Jesus predisse”. E lá também foi lido um trecho de uma das cartas do apóstolo Paulo. Sim, Paulo foi mesmo o maior dos missionários entre os gentios.

6. O desafio maior da pregação

Homem algum jamais desafiou tanto os seus ouvintes como Paulo – com exceção do próprio Jesus, mas este era o Filho de Deus. A pregação de Paulo tinha um efeito impressionante e um grande poder de convencimento sobre as platéias. Em Filipos, sua primeira base na Europa, Paulo foi açoitado e jogado na prisão por causa de suas palavras. Em Tessalônica ele foi acusado de“transtornar o mundo” (At 17 6). Em Éfeso toda a cidade ficou agitada porque ele anunciava um Deus “não feito por mãos humanas” (At 19.26). Isso colocou-o em conflito com todo o sindicato dos ourives e seu líder Demétrio. Os ourives confeccionavam e vendiam modelos do templo da deusa Artêmis, também chamada Diana. No final, todo o povo estava reunido no anfiteatro gritando por quase duas horas: “Grande é a Diana dos efésios!” (At 19.34).
Em todos os lugares por onde passava, Paulo fazia uma faxina nos deuses pagãos. No Areópago de Atenas (At 17.22-31) ele enfatizou: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem dá vida, respiração e tudo mais. (...) Não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem” (At 17.24-25,29).Todos os deuses e deusas que os antigos gregos veneravam e aqueles que as pessoas de hoje chamam de deuses não passam de deuses falsos e ídolos. E adorá-los é pecado.
Paulo tinha a coragem de referir-se a Adão como tendo sido o primeiro homem: “de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra...” (At 17.26). Depois que me converti, quando me deparei com essa frase tive certeza de que a Teoria da Evolução é apenas uma construção do pensamento humano originado nas mentes de homens pecadores. Paulo também poderia ter falado em acaso e necessidade, como já ensinavam os filósofos gregos. Mas ele proclamava acerca de Deus: “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28). Isso já era tão inacreditável naquela época quanto é hoje. Mas cada pessoa, de ontem e de hoje, vive e se move nesse Deus invisível, já que Deus é onipresente. Onde quer que alguém se encontre, jamais estará fora do alcance de Deus. Paulo manteve sua mensagem clara e direta, sem fazer concessões de qualquer espécie.
Em Corinto, uma cidade cheia de paganismo e pecado, Paulo encontrou um enorme complexo de templos dedicados a Apolo. Provavelmente ele se arrepiou e ficou comovido ao ver tanta gente seguindo esse culto pagão. Ele, por sua vez, não tinha nada de visível para apresentar. Sua arma eram as palavras. Mas, talvez, ele tenha pregado assim: “Os fundamentos que vocês estabeleceram com seus templos não permanecerão. Um dia, todos eles desaparecerão”. Mais tarde, ele escreveu aos cristãos de Corinto: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.11). Hoje, quem faz uma visita à Corinto antiga pode entender muito bem essa declaração de Paulo, já que restaram apenas algumas ruínas dessa cidade idólatra. Os templos desapareceram há muito tempo. Mas o fundamento que é Jesus Cristo ficou e ficará por toda a eternidade. Quem fundamenta sua vida em Jesus Cristo tem uma base firme e duradoura, que permanecerá para todo o sempre.

7. A maior autoridade

O apóstolo Paulo não atribuiu a si mesmo sua autoridade para ensinar nem sua eficácia no ministério. Também não foram outros homens que o chamaram para sua nobre tarefa: “...o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.11-12). O apóstolo Paulo freqüentou o seminário do próprio Jesus Cristo. Foi Jesus quem lhe passou as informações que proclamava ao mundo, e esse era o segredo de sua eficiência e efetividade. A receita da legítima autoridade espiritual é a pregação baseada na Palavra de Deus e inspirada pelo Filho de Deus, Jesus Cristo. Nesse sentido Paulo se mantém fiel e irredutível: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8).
Hoje em dia, muitas modificações no Evangelho estão em curso. Ele continua sendo pregado, mas com seu conteúdo alterado. Opiniões que nem se encontram na Bíblia são acrescentadas. Em contrapartida, passagens importantes são excluídas por não combinarem com a idéia sobre Deus que os pregadores fabricaram para si mesmos. Por exemplo, fala-se de um Deus de amor mas ignora-se o Dilúvio, já que esse juízo terrível não combinaria com a imagem de um Deus bonzinho.
Mas Deus realmente mandou vir uma enchente global sobre a terra, afogando literalmente milhares de pessoas. Isso aconteceu por causa de seu pecado. Arrisco dizer que “eles se afogaram em seus pecados”, pois viviam longe de Deus. O mundo de hoje, que vive segundo suas próprias leis e se mantém distante da Palavra de Deus, também experimentará o juízo divino, mesmo que não acredite nele.
Infelizmente, muitas publicações e programas cristãos de rádio e televisão deixam de tocar no centro da mensagem da Bíblia. Isso engana as pessoas a ponto de tornar inócuo tudo o que ouvem, assistem ou lêem. É trágico ver declarações bíblicas básicas sendo tratadas tão superficialmente. Nessas pregações genéricas, talvez em algum momento apareça a palavra “Deus”. Pessoas que estão longe do Evangelho e ouvem esse tipo diluído de pregação sentem-se bem pois foram fortalecidas e confirmadas em sua maneira de pensar. “Ah! Bom! Então posso continuar seguindo meu caminho!”. Dessa forma, muita gente dirá, com razão, quando estiver diante do juízo de Deus: “Eu não sabia disso! Os pregadores que eu escutava me faziam crer que tudo isso era ninharia”. Como será terrível esse dia!
Quem fundamenta sua vida em Jesus Cristo tem uma base firme e duradoura, que permanecerá para todo o sempre.
Publicações e pregações cristãs precisam conter a clara mensagem de Jesus Cristo. Paulo é um bom exemplo de pregador genuíno. Ele não deixou de lado nenhum tópico da Palavra de Deus, nem mesmo o juízo. Ainda assim, esse homem amava seus ouvintes, judeus ou gentios, e eles sentiam sua empatia. Ele queria a salvação daqueles a quem pregava, e por isso se empenhava ao máximo “a fim de ganhar o maior número possível” (1 Co 9.19). Seu anseio era estar junto com todos eles no céu! O caminho até lá era Jesus, e essa era sua mensagem. Era isso que lhe conferia autoridade espiritual.
Jesus deixou estabelecido a Seus discípulos: “quem vos der ouvidos ouve-me a mim...” (Lc 10.16). Para os cristãos de hoje, isso somente é válido sob a condição de dizer, sem tirar nem por, tudo aquilo que está nas Escrituras. Ao pregar todo o desígnio de Deus, cada um, individualmente, poderá tomar para si o que Jesus prometeu aos que pregam Sua Palavra. Depois de salvo, o cristão terá uma missão a cumprir onde quer que viva e onde quer que Deus o enviar.
Há anos minha esposa mantém amizade com uma vizinha nossa. Ela ainda está muito longe de um relacionamento com Jesus, e só podemos avançar com sensibilidade e muito tato. Recentemente seu cachorro ficou doente. Já que ela sabia que costumamos orar, pediu: “Será que vocês poderiam orar pelo meu cachorro?”. Minha esposa prometeu fazê-lo. Por que não orar pela saúde de um animal se isso contribuir para o bem do Evangelho? Há poucos dias minha esposa me disse: “Imagine só, a vizinha ligou. Sabe o que ela me disse? ‘Aquele lá de cima ouviu duplamente’.” Ela própria tinha orado a Deus, e Ele ouviu os pedidos – dela e nossos. Foi a primeira experiência com Deus dessa mulher. Talvez seu progresso em direção a uma fé genuína avance lentamente, mas ela deu um passo na direção certa. Que Deus conceda a ela a plena salvação!

8. O maioral dos pecadores e o maior trabalhador para Deus

Quando Paulo testemunha acerca de sua própria pessoa, muitas vezes ficamos estupefatos. Quase não podemos crer que passou e suportou tanta coisa. Mesmo assim, ele não exagera nem minimiza suas experiências: “Digo a verdade em Cristo, não minto...” (Rm 9.1).Paulo passou por incontáveis perigos, mas preferia ir preso a dizer alguma coisa errada. Preferia apanhar a proclamar a mensagem pela metade. É impressionante ver o quanto ele vivia aquilo que pregava! Diante desse pano de fundo deveríamos olhar para as seguintes declarações:
1. Paulo dizia que era “o principal dos pecadores” (1 Tm 1.15) e que era“nascido fora de tempo” entre os apóstolos (1 Co 15.8). Esse também é um superlativo: Paulo assumindo o primeiro lugar entre os pecadores. Esse é um grande consolo para quem duvida de si mesmo e costuma dizer: “Amontoei tantos pecados na minha vida, estraguei tudo! Será que ainda posso ser perdoado?”. Minha resposta é: “Fique tranqüilo. No máximo você vai tirar o segundo lugar entre os pecadores, porque o primeiro já está ocupado pelo apóstolo Paulo, e, se ele conseguiu perdão, você também conseguirá”.
2. Ele foi o maior trabalhador no Reino de Deus. “...trabalhei muito mais do que todos eles...” (1 Co 15.10). Isso soa como autoelogio, mas ele acrescentou:“todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (v.10b). Paulo sabia qual era a fonte de seu vigor para o ministério, que era o próprio Senhor, e mesmo assim colocava a si mesmo como exemplo de obreiro: “Sede qual eu sou...” (Gl 4.12).Esse é o tipo de conselho que dificilmente alguém teria coragem de dar em público. Paulo podia fazer isso porque sua vida sublinhava e confirmava suas palavras. Por essa razão ele exortava: “O que também aprendestes, e recebestes e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Fp 4.9).
3. Paulo reconhecia crer “em todas as coisas que estejam de acordo com a Lei e nos escritos dos Profetas” (At 24.14). Ele acreditava em cada palavra da Escritura. Naquela época, o Antigo Testamento já estava completo e disponível. Portanto, Paulo também acreditava em cada palavra do relato da Criação. Ele aceitava todos os detalhes, inclusive aqueles que hoje são uma pedra no sapato de muita gente. A declaração de Paulo posicionando-se totalmente em favor das Escrituras tornou-se uma passagem-chave na minha vida de fé. Ainda hoje Paulo é um exemplo excelente quando está em jogo aceitar incondicionalmente ou não aceitar tudo aquilo que está registrado na Bíblia.
4. Paulo viajava sem conforto. Por ocasião de uma viagem sob o lema “Nas pegadas do apóstolo Paulo”, conscientizei-me de quantas fadigas Paulo deve ter sofrido em suas andanças pelo mundo. Nós estávamos bem instalados em nosso ônibus climatizado, viajando por regiões de Atenas, Corinto e pela Turquia. Quando o ônibus parava para pernoitar, íamos diretamente para um hotel confortável. Depois de acomodados nos quartos, éramos recepcionados com um jantar maravilhoso. Tudo estava muito bem organizado, só esperando por nós!
Nova Chamada
Paulo também passou por ali, mas suas experiências foram bem diferentes das nossas. Ninguém esperava por ele. No máximo havia algum grupo de pessoas que haviam jurado matá-lo: “Quando ele aparecer por aqui, a primeira coisa que vamos fazer é açoitá-lo para valer!”. Ninguém preparava um jantar saboroso para esperar por Paulo. Em 2 Coríntios 11.23-27 ele desfila o catálogo das dificuldades que costumava enfrentar:“Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez”.
Ele compartilhou com os cristãos de Filipos: “...aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei ser humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.11-13). E já que Cristo estava em primeiro lugar na sua vida, ele tinha condições de suportar tudo o que a pregação do Evangelho trazia consigo. Deveríamos parar e analisar o que significa a seguinte declaração: “como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; entristecidos, porém sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo” (2 Co 6.9-10).Muitas coisas entristeciam a Paulo, mas em Cristo ele era feliz – apesar de tudo. Seus bolsos estavam vazios e muitas vezes ele não tinha o que comer. Dependia de que alguém lhe desse um pedaço de pão, mas assim mesmo esse homem tinha tudo, que é a vida eterna, que ele compartilhava com quem quer que fosse, e por ela ansiasse. Através de sua mensagem, cada ouvinte poderia tornar-se imensuravelmente rico.
Essa última verdade também se aplica a nós, cristãos de hoje. Como Paulo, também possuímos um grande tesouro. Somos imensamente ricos por podermos transmitir a outros a palavra da vida eterna, tornando ricos os nossos ouvintes.

9. Tudo voltado para a salvação

Cada pessoa desenvolve seu próprio conceito de vida. Às vezes, esse conceito precisa ser corrigido e revisado aqui e ali, mas geralmente o alvo supremo, uma vez estabelecido, norteia toda uma vida. Isso nos permite falar de um “programa de vida” que rege a nossa existência. Paulo programou sua vida única e exclusivamente para salvar outras pessoas: “Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1 Co 9.19).Ganhar o maior número possível de pessoas para Cristo, essa era a estratégia de vida de Paulo. Para ele, nada mais tinha prioridade.
“Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1 Co 9.19). Ganhar o maior número possível de pessoas para Cristo, essa era a estratégia de vida de Paulo. Para ele, nada mais tinha prioridade.
Justamente isso os crentes podem aprender com Paulo. Cada um deve se perguntar: “Até que ponto minha vida é orientada para a suprema missão de ganhar almas? Também tenho como único alvo de vida ganhar o maior número de pessoas para Jesus?”. Quanta coisa poderia ser alcançada se os cristãos pensassem intensamente em ganhar almas, planejando e imaginando como fazer isso lado a lado com seus afazeres diários!

10. Morrer por um só Nome

Os faraós egípcios construíam enormes pirâmides para serem sepultados quando morressem. Os reis micenos tinham ricos objetos de ouro em seus sepulcros. Os gregos mandavam colocar esculturas e bustos em mármore e bronze junto de seus corpos. Paulo não queria nada disso quando morresse. Não precisava de máscaras mortuárias de ouro, não precisava de um monumento, de um mausoléu ou de um enorme tapete de flores, como aquele que se viu estendido na rua quando morreu a princesa britânica Diana, avaliado em centenas de milhões de reais. Tudo o que Paulo precisava para morrer era uma pessoa, um nome: Jesus. Nesse Nome ele viveu e nesse Nome ele morreu:“Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Paulo resumiu seu alvo de vida: “para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro... tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.21,23). Agora, depois de ter viajado tanto, depois de ter trabalhado e ganho muitas pessoas para o Reino de Deus, mas depois de ter sofrido e suportado muita coisa, um anseio se apossou de Paulo: “Tenho desejo de estar com Cristo”, ou seja, ele ansiava por ver a Jesus novamente. Montado em seu cavalo, ele tinha visto a Cristo, mas agora ele queria ver o Senhor face a face continuamente e desejava estar com Ele eternamente. “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. Ao morrer, Paulo recebeu toda a eternidade para estar com seu Senhor.
A Timóteo ele escreveu de dentro da prisão: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada...” (2 Tm 4.7-8). Toda a luta valera a pena. A coroa, porém, não será recebida apenas por Paulo, mas por todos aqueles que amam ao Senhor Jesus.
Tudo isso nos anima a focar nossa vida em Jesus, a alinhar com Ele como nossa bússola e a segui-lO como Paulo seguiu. Então teremos ganho o que existe de mais sublime e superlativo, o que de melhor se pode ganhar na vida. Quando vier a hora de morrer, cada um de nós poderá se entregar nas mãos de Jesus Cristo com a mesma certeza de Paulo: estaremos para sempre com Ele. Mas até lá continuaremos seguros como Paulo estava quando disse: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.38-39). (Werner Gitt — Chamada.com.br)

Werner Gitt formou-se na Universidade Técnica de Hannover (Alemanha) e concluiu seu doutorado em Engenharia em 1971. Dirigiu o Departamento de Tecnologia da Informação do Instituto Federal de Física e Tecnologia de Braunschweig de 1972 a 2002, onde, em 1978, foi nomeado professor titular. É autor de diversos livros sobre a Bíblia e a Ciência