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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu te amaldiçoei

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Esqueça essa conversa de que “palavras nunca vão me machucar”. Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras… palavras fazem pior. De certa forma, uma surra dói menos do que uma bronca. Depois que os hematomas desbotam, as palavras permanecem enterradas como punhais. Conheço pessoas que ainda estão profundamente feridas por palavras brutais lançadas a elas anos ou mesmo décadas atrás.
Não é de se admirar, então, que a Bíblia tantas vezes nos alerte contra palavras inflamadas. E não é de se admirar que a Bíblia nos alerte contra um coração raivoso ou amargo. Nossas palavras são, afinal, apenas o transbordar do nosso coração, de modo que o que com o coração se crê, com a boca se fala.
Mas a Bíblia não nos alerta apenas contra as palavras que falamos; ela também nos aconselha sobre as palavras que ouvimos. O Pregador de Eclesiastes diz: Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir o teu servo amaldiçoar-te. Porque o teu coração também já confessou que muitas vezes tu amaldiçoaste a outros (7.21-22).
Como sempre, o Pregador fala uma verdade profunda. Sei muito bem que muito do que eu digo sobre os outros é inadequado e que minhas palavras dizem muito mais sobre mim do que sobre as outras pessoas. Eu falo com muita frequência, muita liberdade e muita severidade sobre outros, mesmo sobre pessoas que eu amo. Eu nem sequer quero dizer tudo o que digo, mas de alguma forma continuo a fazer isso. Jim Winter diz: “Muitos de nós teriam vergonha se os outros soubessem das coisas que dissemos sobre eles quando eles não estão presentes. Se tivéssemos de explicar a nossa ação, diríamos que falamos em um acesso de raiva ou que realmente não queríamos dizer o que dissemos; ou mesmo que estávamos simplesmente tendo um dia ruim e não tínhamos uma boa palavra a dizer sobre ninguém. Tudo isso pode muito bem ser verdade, mas o dano já estará feito”. Eu sempre tenho uma desculpa à mão para explicar tudo.

Quando eu olho para as minhas próprias palavras, eu consigo facilmente discernir o que eu realmente quis dizer e o que era apenas o transbordamento de um espírito amargo e descontente. Mas, como de costume, meu ponto de vista autocentrado do mundo faz com que eu me esqueça do óbvio. “O que devemos ter em mente é que as pessoas que falam mal de nós dão a mesma desculpa! Se formos supersensíveis, nos debruçaremos sobre cada palavra. Se recebermos a informação de um terceiro, nos debruçaremos sobre cada citação equivocada”. Mesmo que eu saiba a quantidade de coisas vãs que eu falo, acredito que outras pessoas querem dizer exatamente cada palavra que dizem. Eu me dou uma margem de manobra muito maior do que dou aos outros. Peço desculpas por mim ao mesmo tempo que condeno os outros.
O Pregador oferece sabedoria. Ele me diz para tratar as palavras das outras pessoas do jeito que eu gostaria que elas tratassem as minhas – reconhecendo que elas pecam assim como eu pecado, que elas não querem dizer cada palavra da mesma forma que eu não quero dizer cada palavra que digo. As notas da Bíblia de Estudo MacArthur dizem: “Já que você tem muitas palavras ofensivas para serem perdoadas, não seja rígido com as palavras ofensivas contra você”. Ou, como Spurgeon aconselha: “Você não pode frear a língua das pessoas e, portanto, a melhor coisa a fazer é frear seus próprios ouvidos, não importa o que seja dito. Há um mundo de conversa vã e aquele que se ocupa com isso terá muito para fazer”. Há um mundo de conversa vã lá fora e um mundo de conversa vã dentro de nós.
O fato é: tenho amaldiçoado você e você tem me amaldiçoado. Ambos pecamos e ambos precisamos receber desesperadamente a graça de Deus, que amaldiçoou o seu próprio Filho para que pudéssemos ter o perdão por meio dele.
Traduzido por Kimberly Anastacio | Reforma21.org | Original aqui
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