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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Prioridades na família

                        

"Precisamos investir em causas de consequências eternas. Nossa felicidade pessoal e familiar alcançarão sua plena realização, quando essas prioridades estiverem alinhadas em nossa vida!"

  A família é um projeto de Deus. Foi a primeira instituição divina. 
E foi criada para a glória de Deus e nossa felicidade. Para que a família colime esse elevado propósito, necessário se faz que observemos algumas prioridades. 
 Em primeiro lugar, Deus precisa vir antes das pessoas. Devemos amar a Deus com toda a nossa alma e de toda a nossa força. 
  Devemos buscar em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça. Para ser um discípulo de Jesus é preciso estar disposto a deixar pai e mãe e amá-lo mais do que qualquer outra pessoa, por mais achegada que seja a nós. Deus ocupa o primeiro lugar em nossa vida, ou então, ainda não sabemos o que é segui-lo. 
  O que é importante destacar é que, quanto mais amamos a Deus, mais amamos nossa família e mais fortes ficam nossos relacionamentos interpessoais. A nossa relação com Deus cimenta os demais relacionamentos, colocando-os dentro de uma correta perspectiva. 

 Em segundo lugar, o cônjuge precisa vir antes dos filhos. Pecam contra o cônjuge e contra os filhos, aqueles que colocam os filhos em primeiro plano e o cônjuge em segundo plano.                O  maior presente que podemos dar aos nossos filhos é amar, com desvelo, o nosso cônjuge. A maior necessidade dos filhos é ver o exemplo dos pais. Não há família saudável onde os relacionamentos estão fora dos trilhos. Investimos nos filhos, quando investimos em nosso casamento.
   Cuidamos dos filhos, quando priorizamos nosso cônjuge. 

 Em terceiro lugar, os filhos precisam vir antes dos amigos. Precisamos ter discernimento para buscarmos as primeiras coisas primeiro. Nossos amigos são importantes, mas nossos filhos são mais importantes. 
  Aqueles que não cuidam da sua própria família estão em total descompasso com o projeto de Deus. Não podemos sacrificar nosso relacionamento com os filhos para dar mais atenção aos nossos amigos. Nenhum sucesso vale a pena quando o preço a pagar é o sacrifício dos nossos filhos. 
  Os pais precisam entender que seus filhos são prioridade. Precisam investir neles o melhor do seu tempo e o melhor de seus recursos. Precisam criá-los na admoestação e na disciplina do Senhor.
 Não podem provocá-los à ira para quem não fiquem desanimados. 

  Em quarto lugar, as pessoas devem vir antes das coisas. Vivemos numa sociedade materialista e consumista. As prioridades estão invertidas. As pessoas esquecem-se de Deus, amam as coisas e usam as pessoas. Devemos, ao contrário, adorar a Deus, amar a pessoas e usar as coisas. 
  Quando colocamos coisas no lugar de pessoas tornamo-nos insensíveis e apartamo-nos do projeto de Deus. Há pessoas que, infelizmente, têm mais cuidado com o carro do que com os membros da família. São mais zelosos com seus objetos pessoais do que com os relacionamentos dentro de casa.
   Amam mais os bens materiais do que os membros da família. 

 Em quinto lugar, o reino de Deus precisa vir antes dos nossos projetos.      Temos visto muitos crentes dando para a Deus a sobra dos seus bens, de seus talentos e do seu tempo. São pessoas que só se preocupam com as coisas terrenas. Correm atrás de seus próprios interesses enquanto a obra de Deus fica relegada a segundo plano.     Essas mesmas pessoas, nas palavras do profeta Ageu, semeiam muito e colhem pouco; vestem-se, mas não se aquecem; comem, mas não se satisfazem; e o salário que recebem, colocam-no num saco furado.O pouco que trazem, Deus o assopra, porque não aceita sobras, uma vez que requer primícias. Precisamos buscar em primeiro lugar o reino de Deus. Precisamos investir as primícias da nossa renda na promoção do reino de Deus.

 Precisamos investir em causas de consequências eternas. Nossa felicidade pessoal e familiar alcançarão sua plena realização, quando essas prioridades estiverem alinhadas em nossa vida!

http://hernandesdiaslopes.com.br/2013/04/prioridades-na-familia/#.UX7zn6K-qpc

terça-feira, 23 de abril de 2013

VOCÊ PODERIA TER ESTADO NA BÍBLIA.


Max Lucado
Existem umas poucas histórias na Bíblia onde tudo sai bem. Esta é uma. Consta de três personagens.

A primeira é Felipe: um discípulo da igreja primitiva que tinha uma inclinação para os perdidos. Um dia Deus o instruiu para que fosse ao caminho de Jerusalém a Gaza. Era um caminho deserto. Quando chegou, encontrou com um funcionário da Etiópia.

Deve ter sido um tanto intimidante para Felipe. Se compararia um pouco a subir numa motocicleta e perseguir o secretário da tesouraria. Ao deter-te diante de um semáforo você vê que ele está lendo a Bíblia e lhe oferece seus serviços.
Isso foi o que Felipe fez.
— Compreendes o que lês?
— Como hei de entender se alguém não me explica?

De modo que Felipe assim o fez. Realizaram um estudo bíblico na carroça. O estudo produz tal convicção que o etíope se batiza esse mesmo dia. E depois se separam. Felipe vai por seu lado e o etíope por outro. A história tem um final feliz. Felipe ensina, o etíope obedece e o evangelho se envia à África.

Mas essa não é a história completa. Você viu o terceiro? Há mais um. Leia estes versículos e observe: "E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul (...) E levantou-se, e foi" (Atos 8:26,27, ACF).

"E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. E, correndo Filipe..." (Atos 8:29,30, ACF).

A terceira personagem?
Deus! Deus enviou o anjo. O Espírito Santo instruiu Felipe. Deus orquestrou o momento em sua totalidade! Viu esse homem piedoso que vinha da Etiópia para adorar. Viu sua confusão. Assim que decidiu resolvê-la.

Buscou em Jerusalém um homem a quem enviar. Encontrou a Felipe.

Nossa típica reação ao ler estes versículos é pensar que Felipe era um tipo especial. Tinha acesso à Oficina Oval. Levava um receptor de rádio-chamada do primeiro século que Deus já não entrega.

Mas não se precipites demais. Numa carta a cristãos como nós, Paulo escreveu: "Andai em Espírito..." (Gálatas 5:16, ACF). "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus" (Romanos 8:14, ACF).

De ouvir-nos falar a muitos, se pensaria que não acreditamos no que dizem estes versículos. Pensar-se-ia que não acreditamos na Trindade. Falamos acerca do Pai e estudamos acerca do Filho... mas quando se trata do Espírito Santo, no melhor dos casos estamos confundidos, e no pior, atemorizados. Confundidos porque nunca nos ensinaram. Atemorizados porque nos foi ensinado que temamos.


Posso simplificar um pouco as coisas? O Espírito Santo é a presença de Deus em nossas vidas, que leva a cabo a obra de Jesus. O Espírito Santo nos ajuda em três sentidos: para dentro (ao conceder-nos os frutos do Espírito, Gálatas 5:22-24), para cima (ao interceder por nós, Romanos 8:26), e para fora (ao derramar o amor de Deus em nossos corações, Romanos 5:5).

Na evangelização o Espírito Santo ocupa o centro do cenário. Se um discípulo ensina, é porque o Espírito ensina ao discípulo (Lucas 12:12). Se o ouvinte é convencido, é porque o Espírito tem penetrado (João 16:10). Se o ouvinte se converte, é pelo poder transformador do Espírito (Romanos 8:11). Se o novo crente amadurece, é porque o Espírito faz com que seja competente (2 Coríntios 3:6).

Em você opera o mesmo Espírito que operou em Felipe. Alguns não acreditam em mim. Continuam sendo cautelosos. Posso ouvir como murmuram entre dentes ao lerem: "Felipe tinha algo que eu não tenho. Nunca ouvi a voz de um anjo". Ao qual respondo: "Como você sabe que Felipe sim?".

Achamos que assim aconteceu. Não nos é ensinado que tenha sido assim. As figuras do flanelógrafo  dizem que aconteceu sim. Um anjo coloca sua trombeta na orelha de Felipe, brama o anúncio e a Felipe não resta alternativa. Luzes cintilantes e bater de asas não são coisas às que alguém possa negar. Era necessário que o diácono fosse. Mas, poderia estar errada a nossa suposição? É possível que a voz do anjo tenha sido tão miraculosa como a que ouvimos você e eu?

O quê?
Você ouviu a voz que sussurra teu nome, não é verdade? Tem percebido o toque que te mexe e te impele a falar. Acaso não tem acontecido?

Você convida um casal para tomar café. Nada heróico, somente uma grata reunião com velhos amigos. Porém enquanto entram, pode perceber a tensão. Estão mais frios que glaciais. Você percebe que algo anda mal. Tipicamente não é do tipo inquisitivo, mas sente uma inquietude que se recusa a permanecer em silêncio. Então você pergunta.

Você está numa reunião de negócios onde um de seus colegas é recriminado com muita dureza. Todos os outros pensam: Me alegro que esse não tenha sido eu. Mas o Espírito Santo te conduz a pensar: Que difícil deve ser isso. E então, depois da reunião, se aproxima do funcionário e lhe expressa seu interesse.


Lhe chama a atenção o homem que se encontra do lado oposto do auditório da igreja. Parece um tanto fora de lugar, por causa de sua roupa estranha e aspecto geral. Fica sabendo que é da África e se encontra na cidade por assuntos de negócios. No domingo seguinte regressa. E no terceiro domingo está ali. Você se apresenta a ele. Ele lhe fala do fascinado que está pela fé e de como deseja aprender mais. Em vez de oferecer-se para ensiná-lo, somente o insta a ler a Bíblia.


Mas durante a semana, lamenta por não ter sido mais direto. Liga para o escritório onde ele está trabalhando e fica sabendo que hoje ele parte de volta para seu lar. Dentro de você sabe que não pode permitir que vá embora. Então corre para o aeroporto e o encontra esperando seu vôo, com uma Bíblia aberta sobre seu colo.
— Compreende o que está lendo? — lhe pergunta.
— Como poderei, se alguém não me explicar?

De modo que você, igual a Felipe, lhe explica. E ele, como o etíope, crê. Pede o batismo e lhe é oferecido. Ele toma um vôo posterior e você alcança o vislumbre do que significa ser guiado pelo Espírito.

Houve luzes? Você acabou de acender uma. Houve vozes? Foi a sua. Aconteceu um milagre? Acabou de ser testemunha de um. Quem sabe? Se a Bíblia fosse escrita hoje, poderia ser seu nome o que figurasse no capítulo 8 de Atos.

QUANDO DEUS SUSSURRA O SEU NOME Max Lucado


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quinta-feira, 18 de abril de 2013

A noite escura da alma




Há momentos em que a noite trevosa desce sobre a nossa vida e os horrores do inferno bafejam nossa alma. Sentimos uma opressão do inimigo, com seu hálito pesado vindo sobre nós. Nossa carne treme, nossos ossos são abalados e nossos olhos se enchem de lágrimas. Não escapamos desses ataques. Não vivemos blindados. Estamos expostos ao sofrimento. Na verdade nos importa entrar no reino de Deus por meio de muitas tribulações (At 14.22). O próprio Jesus saiu do cântico no Cenáculo para o pranto no Getsêmani. O autor da vida suou sangue no Getsêmani (Lc 22.44) e derramou sua alma na morte na cruz (Is 53.12). Ele começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse a seus discípulos: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mc 14.34). Nenhum homem tinha experimentado tristeza tão profunda e ninguém jamais a enfrentaria no futuro. Num sentido único, Jesus foi “um varão de dores”. Aquela fatídica noite no Getsêmani era a noite escura da alma, quando Jesus travou a mais renhida batalha da humanidade. Naquele momento, ele ficou só, dobrado sobre seus joelhos, com o rosto em terra, com forte clamor e lágrimas (Hb 5.7). Ali, submeteu-se à vontade do Pai, foi consolado pelo anjo e saiu vitorioso para caminhar para a cruz, como um rei caminha para a coroação.
Na cruz, o Filho de Deus foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades. Agradou ao Pai moê-lo. Ali, suspenso entre a terra e o céu, sorveu cada gota do amargo cálice da ira de Deus. Na cruz, carregou sobre seu corpo todos os nossos pecados e suportou o juízo de Deus que deveria cair sobre nossa cabeça. Na cruz ele satisfez todas as demandas da justiça divina ao fazer-se pecado e maldição por nós. Na cruz, porém, Jesus adquiriu para nós eterna redenção. A noite escura da alma não foi um acidente na vida de Jesus, mas uma agenda traçada na eternidade. Essa noite desceu sobre sua alma, para que a luz bendita do céu invadisse a nossa vida. Ele bebeu o cálice amargo da ira de Deus, para nos oferecer a água da vida. Ele suou sangue e chorou para que nós pudéssemos experimentar uma alegria indizível e cheia de glória. Ele morreu para nos oferecer a vida eterna.
Saiba que, se a noite escura da alma chegou em sua vida, Deus é poderoso para transformar essas trevas em luz e o seu sofrimento em prelúdio de glória. O apóstolo Paulo, homem que enfrentou apedrejamento, açoites, prisões e naufrágios, afirma com entusiasmo, que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com as glórias porvir a serem reveladas em nós. Disse ainda que a nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós, eterno peso de glória, acima de toda comparação.
O sofrimento aqui é inevitável. Ainda não chegamos ao paraíso. Aqui não é o céu. Porém, o sofrimento não hasteará sua bandeira em nosso lar eterno. Lá Deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima. Lá a dor não mais açoitará nosso corpo. Lá desfrutaremos da bem-aventurança eterna. Aqui cruzamos vales escuros, marcharmos por desertos tórridos e atravessamos pântanos perigosos. Mas, lá receberemos um consolo eterno, uma alegria sem fim, uma glória que jamais se contou ao mortal.
Não se desespere diante dos dramas da vida. Não perca a esperança diante das circunstâncias adversas. Não duvide do amor de Deus por causa da dor que assola seu peito. Deus nunca vai desamparar você. Ele está do seu lado como seu refúgio e fortaleza. Você vai caminhar para a pátria celeste de força em força, de fé em fé, sendo transformado de glória em glória. Deus segurará firme a sua mão até receber você na glória. Então, a noite escura da alma desembocará na manhã gloriosa de uma eternidade de gozo e paz!

domingo, 14 de abril de 2013

A Palavra de Deus: Nosso Guarda e Guia



O homem frutífero do Salmo 1 medita na Palavra de Deus "de dia e de noite", não por um sentido de obrigação, mas porque tem nela o seu "prazer". Em sua mente e em seu coração, continuamente, a Palavra de Deus o guarda e o guia. Como isso é essencial! Lógica e bom senso são úteis. No entanto, sem a Palavra de Deus (que transcende a sabedoria humana) para nos guardar e guiar, somos suscetíveis a tentações e a erros, especialmente quando esses últimos são apresentados convincentemente "em nome de Deus" por aqueles que são respeitados como líderes cristãos.
Deus opera por meio de Sua Palavra: "A palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia" (Is 55.11a)"Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Sl 119.11). E Satanás opera para remover a Palavra de Deus do coração do homem: "...vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração" (Mt 13.19).Quando isso lhe é vantajoso, Satanás cita as Escrituras (Mt 4.6) e tenta pervertê-las com o propósito de enganar. Ele inspira os falsos profetas com "novas revelações" que subvertem a Palavra. Temos muitos desses "profetas" na Igreja hoje em dia.

Advertência Sobre os Falsos Profetas

A Palavra de Deus repetidas vezes adverte contra falsos profetas. Precisamos dar ouvidos a essas advertências. Jesus mesmo disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas" (Mt 7.15)."Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos... operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.11,24).Cristo avisa claramente sobre um movimento de falsos sinais e maravilhas nos últimos dias, promovido pelos falsos profetas. Paulo compara esses falsos profetas a Janes e Jambres, que se opuseram a Moisés e Arão (2 Tm 3.8) com sinais e maravilhas operados pelo poder de Satanás.
Pedro advertiu que assim como houve falsos profetas no tempo do Antigo Testamento,"assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras..." (2 Pe 2.1). O apóstolo João declarou que já em seus dias "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (1 Jo 4.1). Quanto mais, portanto, deveríamos nós estar alertas quanto aos falsos profetas à medida que a apostasia profetizada para os últimos dias atinge o seu clímax, preparando o mundo e uma falsa igreja para a chegada do Anticristo! Conhecer, amar e obedecer à Palavra de Deus é o único meio seguro de não sermos enganados.
Qualquer uma das seis marcas dos falsos profetas que a Bíblia oferece serve como identificação suficiente: (1) por meio de sinais e maravilhas eles desviam pessoas para servirem a deuses falsos (Dt 13.1-4); (2) suas profecias não se realizam (Dt 18.20-22); (3) eles contradizem a Palavra de Deus (Is 8.20); (4) eles produzem maus frutos (Mt 7.18-20); (5) todos falam bem deles (Lc 6.26); (6) eles negam que Jesus, o único Messias, veio de uma vez por todas na carne (1 Jo 4.3).
Como é trágico que a carta pessoal de amor e orientação de Deus para Seu povo seja tão negligenciada hoje por aqueles que se chamam crentes! Muitos que professam conhecer a Deus e servi-lO têm pouca ou nenhuma sede por Sua Palavra. Em vez disso, buscam sinais e maravilhas, experiências emocionais, novas revelações, o último "mover" do Espírito, ou os dons em lugar do Doador. Como resultado, são suscetíveis a todo "vento de doutrina" (Ef 4.14) e caem vítimas de falsos mestres que "...movidos por avareza, farão comércio de vós com palavras fictícias..." (2 Pe 2.3)"supondo que a piedade é fonte de lucro" (1 Tm 6.5). A mentira popular da "semente de fé" – a idéia de que uma contribuição para um ministério abre a porta para milagres e prosperidade – engana e promove cobiça entre os milhões que ignoram a Palavra de Deus.
O cumprimento das profecias bíblicas é a grande prova da existência de Deus, de que a Bíblia é Sua Palavra, e de que Jesus Cristo é o Salvador prometido. As falsas profecias de muitos dos atuais líderes cristãos são um sinal de alarme estridente. É preciso ouvi-lo! A maior parte das seitas se baseia em falsas profecias que, se apontadas, oferecem uma maneira eficaz de abrir olhos cegos e libertar os membros de tais seitas.

Os Falsos Profetas no Decorrer da História

Entre os falsos profetas das muitas eras da História se encontram vários papas. Como exemplo, a encíclica papal de Gregório XI em 1372 (In Coena Domini) pronunciou o domínio papal sobre todo o mundo cristão, secular e religioso, e decretou a excomunhão para todos que não obedecessem ao papa e não lhe pagassem impostos. In Coena foi confirmada por papas subseqüentes, e em 1568, o papa Pio V jurou que ela deveria permanecer como lei eterna. No entanto, em 1870, dois meses depois do Vaticano pronunciar o dogma da infalibilidade papal, Roma foi libertada do domínio do papa pelo exército italiano, e o papa Pio IX se refugiou no Vaticano, tudo que restara de um vasto império.
Imitando os papas, Sun Myung Moon, da Igreja da Unificação, profetizou décadas atrás queele iria conquistar o mundo. Maharishi Mahesh Yogi, fundador do movimento de Meditação Transcendental, declarou que 1975 seria o primeiro ano da "Era da Iluminação", 1977 seria o "Ano da Sociedade Ideal", e 1978 seria o "Ano da Invencibilidade de Todas as Nações". Nenhum comentário precisa ser feito. Herbert W. Armstrong profetizou que a sua Igreja Mundial de Deus seria arrebatada para a antiga cidade de Petra em 1972 e que Cristo voltaria à Terra em 1975 (uma data favorita de muitas seitas). No final dos anos 70, Elijah Muhammad profetizou para seus seguidores muçulmanos negros que o retorno de Deus à América do Norte era iminente.
O mormonismo se vangloria de seus profetas – mas todos eles são falsos. Em 1833, o profeta fundador, Joseph Smith, profetizou que os Estados Unidos sofreriam vários desastres sem igual ("peste, granizo, fome e terremotos") que extirpariam os ímpios (não-mórmons) da terra, deixando os mórmons seguros em seu refúgio de Sião, em Missouri. Em vez disso, os mórmons emigraram (fugidos) para Utah. Entre as muitas outras profecias falsas de Smith está a declaração, feita em 1835, de que Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam "não provariam a morte até que Cristo voltasse".[1] O sucessor de Smith, Brigham Young, profetizou que a guerra civil americana não produziria a libertação dos escravos.
As falsas profecias de Charles Taze Russell formaram a base do que viria a ser a Sociedade Torre de Vigia e a seita Testemunhas de Jeová. Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, que o Senhor estava verdadeiramente presente, e que em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam trasladados ao céu e os ímpios destruídos. Armagedom, que começara em 1874, culminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. Charles T. Russell, ainda na terra, morreu em 1916.
No começo da década de 20, os Testemunhas de Jeová distribuíram nas ruas e de porta em porta um livro intitulado Millions Now Living Will Never Die (Milhões Hoje Vivos Jamais Morrerão). Foi profetizado: "O ano de 1925 é uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a de 1914... podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos... na condição de perfeição humana."[2] Os Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma casa na cidade de San Diego, na qual os patriarcas deveriam morar, e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. (A casa foi discretamente vendida em 1954.)
No começo dos anos 40, os Testemunhas de Jeová estavam afirmando que o Armagedom,que estava apenas há alguns meses adiante, colocaria um fim à Segunda Guerra Mundial, e que a derrota dos nazistas traria o reino de Deus à terra.[3] Seu livro Children (Filhos) sugeria que planos de casar e constituir família deveriam ser adiados até depois do Armagedom. Que longa espera! Sem desistir, profetizaram depois que o reino milenar de Deus começaria em 1975. Uma vez mais os Testemunhas de Jeová receberam ordens de não fazerem planos para este mundo, inclusive casar e ter filhos. Muitos abandonaram seus empregos, venderam suas casas e dedicaram-se a ir de porta em porta vendendo literatura e propagando a seita.
O Adventismo do Sétimo Dia (ASD) também se originou com falsas profecias sobre a volta de Jesus Cristo. Tudo começou com William Miller, que predisse que Cristo voltaria em 1843 (data que foi revisada para 22 de outubro de 1844). Miller admitiu seu erro. No entanto, a profetisa do ASD, Ellen G. White, que repetidas vezes endossara a profecia de Miller, insistiu que Cristo havia retornado de fato, mas não para a terra. Em vez disso, Ele havia entrado no "santo dos santos" no céu, "para fazer expiação por todos quantos se mostrassem merecedores dos seus benefícios."[4] Merecedores? Muitas citações podem ser fornecidas para provar que Ellen White ensinava a salvação pelas obras. Eis aqui algumas:
Nossos atos, nossas palavras, até mesmo nossos motivos mais secretos, todos têm seu peso na decisão de nossos destinos... embora... esquecidos por nós, nossas obras darão seu testemunho de justificação ou condenação.[5]
Quando qualquer pessoa tiver pecados que permaneçam no livro de registros, pelos quais não se arrependeu e que não lhe foram perdoados, seus nomes serão apagados do livro da vida...[6]
Cada um de vós deve... trabalhar com toda força para redimir as falhas de sua vida passada. Deus vos colocou num mundo de sofrimento para vos provar, a fim de ver se sois dignos de receber o dom da vida eterna.[7]
Este ensino do "juízo investigativo" é a doutrina fundamental e a principal heresia do Adventismo do Sétimo Dia: que a expiação de Cristo não foi completada na cruz, mas que começou em 1844 no céu, e depende de nossas obras. De acordo com Ellen White, o sangue de Cristo, ao invés de fazer "expiação pela alma" (Lv 17.11) e de nos "purificar de todo o pecado" (1 Jo 1.7), levou o pecado ao céu: "Nossos pecados foram, de fato, transferidos para o santuário celestial pelo sangue de Cristo".[8] Assim Cristo tinha que começar a obra de purificar o santuário celestial (dos pecados que o Seu sangue levara até lá!) por meio do "juízo investigativo". Ellen White declarou que "ministros que não aceitassem essa mensagem salvadora estariam impedindo a obra de Deus" e que "o sangue das almas permanece sobre eles".[9] Os seguidores de William Miller que adotaram esse engano se tornaram Adventistas do Sétimo Dia.
Ellen White fez várias profecias falsas: que "a antiga cidade de Jerusalém jamais seria reconstruída",[10] que ela estaria viva por ocasião do Arrebatamento,[11] que Cristo iria retornar antes da abolição da escravatura,[12] que os Adventistas que estivessem vivos em 1856 estariam vivos por ocasião do Arrebatamento,[13] e muitas outras. No entanto, seus escritos são reverenciados como se fossem parte da Escritura Sagrada. O décimo sétimo artigo das Crenças Fundamentais do Adventismo do Sétimo Dia afirma:
O Dom de Profecia: Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma marca de identificação do remanescente fiel da Igreja e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como mensageira do Senhor, seus ensinos são uma fonte contínua e autorizada de verdade que suprem à igreja o consolo, a orientação, a instrução e a correção.

Profetas Modernos "Inexperientes"

Falsos profetas continuam entre nós e, muitas vezes, são vistos e ouvidos em programas de rádio e televisão evangélicos. Por exemplo, lá pelo fim de 1975, Kenneth Copeland profetizou: "Quando chegar o mês de janeiro [de 1976], vocês verão mais do derramar da glória de Deus do que em toda a história do mundo... membros amputados serão reimplantados pelo poder de Deus... instantaneamente... os cabelos de homens carecas crescerão e formarão uma farta cabeleira... globos oculares surgirão onde antes não existiam... Deus fará com que o seu automóvel... que faz quinze quilômetros com um litro de combustível, faça uma média de cem quilômetros por litro... o mesmo velho carro!" Essas são apenas algumas das falsas profecias de Copeland, para não falar de suas falsas doutrinas.
As falsas profecias e as "palavras de conhecimento" proferidas pelos associados de John Wimber e suas Igrejas Vineyard (da Vinha) encheriam vários volumes. O reavivamento das gargalhadas que se originou em Toronto e sua última variação (que se espalha como fogo no capim seco) em Brownsville, Pensacola (Flórida/EUA), produziu uma nova geração de falsos profetas. A falta de cumprimento é desculpada com a idéia de que os profetas de hoje são "diferentes" e erros são normais durante o processo de aprendizado, até que os profetas ganhem experiência. Imagine Jeremias dizendo: "Eu erro muitas vezes, mas estou melhorando"!
Benny Hinn é o mais popular dos televangelistas/operadores de milagres de hoje, e muitas de suas falsas profecias estão documentadas no livro The Confusing World of Benny Hinn(O Confuso Mundo de Benny Hinn). Em 31 de dezembro de 1989, Benny Hinn disse: "O Senhor também está me dizendo que por volta de 1994 ou 1995, mas não depois disso, Deus destruirá por fogo a comunidade homossexual americana... O Canadá experimentará um poderoso reavivamento que começará na Colúmbia Britânica, na costa oeste... nos próximos três anos." Basta uma falsa profecia para estabelecer alguém como falso profeta, e as de Benny Hinn são uma legião. Ele nem mesmo consegue dar seu testemunho correto. No livrete PTL Family Devotions (Devoções Familiares PTL) ele diz: "Eu fui salvo em Israel em 1968", mas numa mensagem de 1983, em Saint Louis, ele disse: "Foi no Canadá que eu nasci de novo, pouco depois de 1968". No entanto, no livro Bom Dia, Espírito Santo, ele afirma ter-se convertido em 1972, durante seu último ano no colegial. Mas ele abandonou a escola antes de chegar ao terceiro colegial. Afinal, quando é que ele foi salvo?

Obediência à Palavra

Por três anos, noite e dia, Paulo chorou e advertiu os presbíteros de Éfeso da apostasia que se aproximava e que alguns dentre eles seriam os seus líderes (At 20.29-31)! Como é pequena nossa preocupação com a condição espiritual da Igreja, quando comparada com a de Paulo! E qual foi o remédio que ele ofereceu? Não foi batalha espiritual, nem jejum e oração, mas obediência a Deus e à Sua Palavra: "Agora vos encomendo ao Senhor e à palavra da sua graça" (v. 32).
Há um grande movimento que promove "oração e jejum em busca de reavivamento". Isso soa tão bem! Mas os líderes desse movimento se recusam a dar ouvidos à Palavra de Deus, e promovem o ecumenismo e as heresias! Não precisamos desse tipo de reavivamento! Precisamos de arrependimento por não obedecermos à Palavra de Deus. Precisamos de reforma, não de reavivamento! Há ocasiões em que oração e jejum são errados. Depois da derrota em Ai, Deus disse a Josué que a oração era imprópria porque Israel tinha pecado (Js 7.10-13). Que tragédia experimentar um "reavivamento" liderado por falsos profetas que promovem falsas doutrinas!
Nem todos os Adventistas do Sétimo Dia abraçam as heresias de Ellen G. White. Oremos para que os líderes do Adventismo do Sétimo Dia admitam as falsas profecias de Ellen White e se arrependam de suas doutrinas erradas. Oremos para que líderes evangélicos enfrentem o fato de que suas fileiras estão cheias de falsos profetas. Oremos por um grande clamor contra doutrinas antibíblicas. Oremos para que os líderes evangélicos de hoje corrijam fielmente os falsos profetas.
E que o restante de nós sejamos fiéis em nossas pequenas esferas de influência. Que Deus nos ajude a amar a Sua Palavra, a meditar nela de dia e de noite, a obedecê-la em nossa vida diária, e a lutarmos firmemente contra a perversão dessa Palavra pelos falsos mestres e falsos profetas de nossos dias. Que Sua Palavra seja de fato, nosso guarda e guia! (Dave Hunt, TBC 3/97, traduzido por Carlos Osvaldo Pinto)

Notas:

  1. History of the Church (vol. 2), 182; (vol. 5) 336.
  2. "Millions Now Living Will Never Die", The Watchtower (15 de julho de 1924), 89.
  3. The Watchtower, dezembro de 1941.
  4. Ellen G. White, The Great Controversy, 480.
  5. Ibid., 486-490.
  6. Ibid., 483.
  7. Ellen G. White, Testimonies for the Church (vol. 3), 530.
  8. Ellen G. White, The Spirit of Prophecy (vol. 4), 266.
  9. Ellen G. White, Early Writings, 234.
  10. Ibid., 75.
  11. Ibid., 15-16.
  12. Ibid., 35, 276.
  13. Ellen White, Testimonies, 131-132.
Dave Hunt (1926-2013). Devido a suas profundas pesquisas e sua experiência em áreas como profecias, misticismo oriental, fenômenos psíquicos, seitas e ocultismo, realizou muitas conferências nos EUA e em outros países. Também foi entrevistado freqüentemente no rádio e na televisão. Começou a escrever em tempo integral após trabalhar por 20 anos como consultor em Administração e na direção de várias empresas. Dave Hunt escreveu mais de 20 livros, que foram traduzidos para dezenas de idiomas, com impressão total acima dos 4.000.000 de exemplares.



"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé" (2 Timóteo 4.7).
Depois de uma prolongada enfermidade, nosso querido amigo Dave Hunt finalmente alcançou seu alvo em 5 de abril de 2013. O versículo acima expressa apropriadamente sua vida e obra. Ele realmente combateu o bom combate. Dave defendeu corajosamente os princípios fundamentais da Sagrada Escritura. Foi uma luta marcada por muita oposição, mas ele concluiu o seu chamado. Os livros que escreveu continuarão testemunhando de sua fé inabalável em seu Senhor, que manteve até o final. Para Dave Hunt não há mais oposição, nem luta, nem lágrimas, nem sofrimento, nem decepções, e o tempo não mais existe.
Dave Hunt atuou como palestrante em vários congressos proféticos da Chamada da Meia-Noite no Brasil, para onde sempre veio acompanhado da sua esposa, Ruth. Os participantes recordam com gratidão os muitos ensinamentos bíblicos recebidos e os momentos de comunhão com o casal. Ele também falou em conferências da Chamada nos EUA e em Zurique, na Suíça.
Além dos livros de sua autoria em língua portuguesa, foram lançados muitos DVDs com suas palestras. Para conhecê-los, clique aqui » Para ler os artigos de Dave Hunt em nossos sites,clique aqui »


sexta-feira, 12 de abril de 2013

O perigo da Pregação Superficial



 John MacArthur 

 John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.

 Estou comprometido com a pregação expositiva. Tenho a convicção inabalável de que a proclamação da Palavra de Deus sempre deve ser o âmago e o foco do ministério da igreja (2 Timóteo 4.2). E a pregação bíblica correta deve ser sistemática, expositiva, teológica e teocêntrica. Esse tipo de pregação está em falta nestes dias. Há abundância de comunicadores talentosos no movimento evangélico moderno, porém os sermões de hoje tendem a ser curtos, superficiais e tópicos. 
Fortalecem o ego das pessoas e centralizam-se em assuntos completamente insípidos como relacionamentos, vida de sucesso, problemas emocionais e outros temas práticos, mas seculares. Assim como os púlpitos de materiais leves e transparentes dos quais as mensagens são apresentadas, esse tipo de pregação não tem peso nem consistência; é barata e sintética, deixando pouco mais do que uma impressão efêmera na mente dos ouvintes. Há algum tempo realizei um seminário sobre pregação em nossa igreja. 
Ao preparar-me para as palestras, peguei um caderno de anotações, uma caneta e comecei a listar os efeitos negativos desse tipo superficial de pregação, tão predominante no evangelicalismo moderno. Inicialmente, pensei que seria capaz de identificar pelo menos dez efeitos negativos, mas, no final, eu havia alistado sessenta e uma conseqüências devastadoras! Apresento aqui as mais importantes como um aviso contra a pregação superficial — tanto para os pastores, nos púlpitos, quanto para seus ouvintes, nos bancos das igrejas.

 USURPA A AUTORIDADE DE DEUS Quem possui o direito de falar à igreja? O pregador ou Deus? Sempre que a Palavra de Deus é substituída por qualquer outra coisa, a autoridade dEle é usurpada. Que atitude arrogante! Na verdade, substituir a Palavra de Deus pela sabedoria do homem é uma atitude insolente. 

DESAFIA O SENHORIO DE CRISTO Quem é o cabeça da igreja? Cristo é realmente a autoridade dominante no ensino da igreja? Se isso é verdade, por que há tantas igrejas nas quais a Palavra dEle não está sendo proclamada com fidelidade? Quando observamos o ministério contemporâneo, vemos programas e métodos que são fruto da invenção humana, resultado de pesquisa de opinião pública e avaliação da vizinhança da igreja, além de outros artifícios pragmáticos. Os especialistas em crescimento de igreja têm lutado para assumir o controle das atividades da igreja, tomando-o de seu verdadeiro Cabeça, o Senhor Jesus Cristo. Quando Jesus Cristo é exaltado no meio de seu povo, seu poder é manifestado na igreja. Quando a igreja é controlada por comprometedores cuja única ambição é conformar-se à cultura, o evangelho é minimizado, o verdadeiro poder é perdido, uma energia artificial precisa ser fabricada, e a superficialidade toma o lugar da verdade.

 OBSTRUI A OBRA DO ESPÍRITO SANTO Ele usa a Palavra de Deus para realizar a sua obra. Ele a usa como instrumento de regeneração (1 Pe 1.23; Tg 1.18) e de santificação (Jo 17.17). Na verdade, a Palavra de Deus é a única ferramenta que o Espírito Santo usa (Ef 6.17). Então, quando os pregadores negligenciam a Palavra de Deus, debilitam a obra do Espírito Santo, produzindo conversões superficiais e crentes aleijados em sua vida espiritual — e, talvez, completamente falsos. Conseqüentemente, o púlpito perde o seu poder. “A palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4.12). Qualquer outra coisa é impotente, oferecendo apenas uma ilusão de poder. A habilidade do homem em seduzir as pessoas não deve impressionar-nos mais do que a capacidade da Bíblia em transformar vidas.

 DEMONSTRA FALTA DE SUBMISSÃO Nas abordagens modernas de “ministério”, a Palavra de Deus é deliberadamente subestimada; o opróbrio de Cristo (Hb 11.26), repudiado com sagacidade; a ofensa do evangelho, removida com cuidado; e a “adoração”, moldada com o propósito de se ajustar às preferências dos incrédulos. Isto não é nada mais do que uma recusa em se submeter ao mandamento bíblico para a igreja. A insolência dos pastores que seguem um caminho como esse é assustadora para mim. 

SEPARA O PREGADOR DA GRAÇA DE SANTIFICAÇÃO O maior benefício pessoal que recebo da pregação é a obra que o Espírito de Deus realiza em minha própria alma, quando estudo e me preparo para duas mensagens expositivas a cada Dia do Senhor. Semana após semana, o dever da exposição cuidadosa mantém o próprio coração focalizado e fixo nas Escrituras; e a Palavra de Deus me alimenta, enquanto me preparo para alimentar o rebanho. Deste modo, eu mesmo sou abençoado e fortalecido espiritualmente por meio deste empreendimento. Ainda que não houvesse qualquer outra razão, eu jamais abandonaria a pregação bíblica. O inimigo de nossa alma persegue os pregadores, e a graça santificadora da Palavra de Deus é essencial à nossa proteção. 

OBSCURECE A TRANSCENDÊNCIA DE NOSSA MENSAGEM Conseqüentemente, a pregação superficial enfraquece tanto a adoração congregacional como a adoração pessoal. O que hoje é recebido como pregação, em algumas igrejas, é tão superficial quanto as mensagens que os pregadores de gerações anteriores ministravam em cinco minutos às crianças. Isto não é exagero. Esse tipo de abordagem torna impossível a verdadeira adoração, porque a adoração é uma experiência transcendente que deveria nos elevar acima do que é mundano e simplista. A verdadeira adoração é uma resposta do coração à verdade de Deus (Jo 4.23). O nosso povo não pode ter pensamentos sublimes a respeito de Deus, se não os fazemos mergulhar nas profundezas da auto-revelação de Deus. Mas a pregação de hoje não é profunda nem transcendente. Não se aprofunda nem se eleva às alturas. Almeja apenas entreter. 

IMPEDE O PREGADOR DE DESENVOLVER A MENTE DE CRISTO Os pastores devem viver em submissão a Cristo. Muitos pregadores modernos se mostram de tal modo determinados a compreender a cultura, que desenvolvem a mente da cultura, e não a mente de Cristo. Começam a pensar como o mundo, e não como o Salvador. Sinceramente, as nuanças da cultura mundana são irrelevantes para mim. Quero conhecer a mente de Cristo e usá-la para influenciar a cultura, não importando qual seja a cultura em que ministro. Se tenho de subir ao púlpito e ser representante de Jesus Cristo, quero conhecer o que Ele pensa — e declarar isso ao seu povo.

DEPRECIA A PRIORIDADE DO ESTUDO BÍBLICO PESSOAL O estudo bíblico pessoal é importante? Claro que sim! Mas, que exemplo o pregador oferece quando negligencia a Bíblia em sua própria pregação? Por que estudariam a Bíblia, se o próprio pregador não a estuda com seriedade, ao preparar seus sermões? Alguns dos gurus do ministério “Sensível aos Interessados” nos aconselham a retirar do sermão todas as referências explícitas à Bíblia. 
Eles dizem: “Nunca peça à sua congregação que abra a Bíblia em uma passagem específica, porque esse tipo de coisa deixa os interessados desconfortáveis”. Algumas igrejas “sensíveis aos interessados” desencorajam veementemente seus membros a trazerem Bíblias à igreja, com receio de que a visão de tantas Bíblias intimide os interessados. Como se fosse perigoso dar ao povo a impressão de que a Bíblia é importante!

 SILENCIA A VOZ DE DEUS Jeremias 8.9 diz: “Os sábios serão envergonhados, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a palavra do SENHOR; que sabedoria é essa que eles têm?” Quando eu falo, quero ser o mensageiro de Deus. Não estou interessado em interpretar o que algum psicólogo, ou guru de negócios, ou professor universitário tem a dizer sobre qualquer assunto. O meu povo não precisa de minha opinião; precisa ouvir o que Deus tem a dizer. Se pregarmos como a Escritura nos ordena, não será difícil saber de quem é a mensagem que vem do púlpito.

 PRODUZ INDIFERENÇA EM RELAÇÃO À GLÓRIA DE DEUS A pregação “sensível aos interessados” nutre pessoas centralizadas em seu próprio bem-estar. Quando você diz às pessoas que o principal ministério da igreja é consertar para elas o que estiver errado nesta vida — suprir suas necessidades e ajudá-las a enfrentar seus desapontamentos neste mundo — a mensagem que você está enviando é que os problemas desta vida são mais importantes do que a glória de Deus e a majestade de Cristo. Novamente, isto corrompe a verdadeira adoração.

 ROUBA ÀS PESSOAS A SUA ÚNICA FONTE DE AJUDA VERDADEIRA As pessoas que vivem sob um ministério de pregação superficial tornam- se dependentes da habilidade e criatividade do orador. Assim, elas se tornam espiritualmente inativas e vão à igreja apenas para serem entretidas. Não têm interesse pessoal na Bíblia, porque os sermões que ouvem não emergem das Escrituras. São impressionadas pela criatividade do pregador e manipuladas pela música; e isso se torna toda a sua perspectiva de espiritualidade.

 ENGANA AS PESSOAS QUANTO AO QUE ELAS REALMENTE PRECISAM Em Jeremias 8.11, Deus condena os profetas que tratavam de modo superficial as feridas do povo. Este versículo se aplica poderosamente aos pregadores artificiais que ocupam muitos púlpitos evangélicos proeminentes, em nossos dias. Tais pregadores omitem as verdades mais severas sobre o pecado e o julgamento. Abrandam as partes ofensivas da mensagem de Cristo. Enganam as pessoas sobre aquilo que elas realmente precisam, prometendo- lhes “satisfação” e bem-estar terreno, quando o que necessitam é de arrependimento, fé e uma visão exaltada de Cristo, bem como de um verdadeiro entendimento do esplendor da santidade de Deus.

Portanto, os pastores têm de pregar a Palavra, embora fazê-lo esteja fora de moda em nossos dias (2 Tm 4.2). Essa é a única maneira pela qual o ministério deles pode dar frutos. Além do mais, a pregação da Palavra assegura que os pastores serão frutíferos no ministério, porque a Palavra de Deus jamais volta vazia para Ele; ela sempre faz aquilo que Lhe apraz e prospera naquilo para o que foi designada (Is 55.11). 

 De: 03/08/2012 Por: http://www.gty.org/

http://www.pregacaoexpositiva.com.br/publicacoes/o-perigo-da-pregacao-superficial/

terça-feira, 9 de abril de 2013

Os cristãos devem combater o casamento gay?


O cristão está no mundo mas não é do mundo, portanto ele não tem nada que interferir na política e no governo deste mundo. Não vemos o Senhor, os apóstolos ou os discípulos interferindo nos governos da época, quando os costumes aceitos pela sociedade eram iguais ou piores aos praticados hoje.

Embora em Israel existisse uma cultura baseada na religião judaica, e portanto com algum controle moral da sociedade, foi no mundo gentio e pagão dominado por Roma que a igreja floresceu. Quem estuda antropologia sabe que nessa época costumes como homossexualismo, prostituição e aborto eram largamente aceitos, praticados e às vezes até legalizados.

O que os cristãos sabidamente faziam não era jogar bombas em clínicas de aborto ou matar médicos, como alguns fazem nos Estados Unidos, mas recolher os bebês e tratar deles. Numa espécie de "aborto a posteriori", estes eram deixados pelas mães romanas à beira das estradas para morrerem ou serem comidos pelos cães. Primogênitos do sexo feminino ou crianças portadoras de deficiência eram descartadas, um costume que encontrado até o início do século vinte em alguns países da África e Oriente, e ainda hoje em algumas tribos indígenas da América Latina, que costumam enterrar vivos os bebês rejeitados.

Desde o início os cristãos foram conhecidos não por seu ativismo contra o homossexualismo, aborto ou outras causas, mas por seu trabalho de misericórdia, não apenas para com órfãos e viúvas, mas também acolhendo e cuidando dos velhos e doentes rejeitados pelas famílias nas sociedades pagãs. O trabalho dos cristãos no início da Igreja era voltado para a salvação dos pecadores e a caridade para com os sofredores, e não para o protesto contra o governo e as leis injustas que eventualmente estivessem em vigor.

A grande agitação causada por pastores e políticos no Brasil em torno de temas como a regularização do casamento homossexual tem um forte elemento de promoção pessoal e conquista de votos, ofertas e membros para suas organizações. Se por um lado a Bíblia mostra claramente que o homossexualismo é pecado, o mesmo acontece com o sexo fora do casamento, a prostituição e o adultério, todas estas atividades praticadas em consenso entre os que as praticam.

O que as pessoas fazem na intimidade da alcova não é assunto dos cristãos e estes não tem nada que se intrometerem nisso. Essas pessoas não devem explicações aos cristãos, mas a Deus. O cristão não foi deixado aqui para policiar os usos e costumes daqueles que não estão nem aí com os pensamentos de Deus. O cristão deve é manter-se separado de tudo isso, mesmo porque um incrédulo é incapaz de entender e aceitar a autoridade da Palavra de Deus. Um cristão sábio, cuja esperança é eterna e nos céus, irá entender que o incrédulo estará disposto a lutar com unhas e dentes para defender a única coisa que possui: o prazer efêmero de sua vida aqui.

Não cabe ao cristão tentar moralizar um mundo, o qual caminha a passos largos para o juízo, como ocorreu com Sodoma. O mundo islâmico é radicalmente contra o homossexualismo, mas isso não significa que os muçulmanos estejam salvos.

Deus não mandou Ló reformar Sodoma, mas sair dela. Aquele era um homem de Deus no lugar onde Deus não queria que estivesse. Enquanto ele foi armando sua tenda até Sodoma (Gn 13:12), Abraão continuou vivendo como peregrino em terra estranha, na qual Deus "não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé" At 5:7.

Quando os anjos enviados para resgatar Ló chegaram em Sodoma eles o encontram assentado à porta da cidade, um lugar tradicionalmente ocupado pelos juízes de antigamente. Ló não apenas tinha estabelecido residência dentro dos muros da cidade iníqua, como estava entre os que na época seriam o equivalente ao poder legislativo de nossos dias, equivalentes aqui à Câmara dos Deputados e Senado Federal. Nos Salmos encontramos a expressão "assentado à porta" profeticamente indicando os líderes que condenaram o Senhor Jesus.

Gên 19:1 E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma.

Slm_69:12  Aqueles que se assentam à porta falam contra mim

2Sm_19:8  Então o rei se levantou, e se assentou à porta; e fizeram saber a todo o povo dizendo: Eis que o rei está assentado à porta. Então todo o povo veio apresentar-se diante do rei;

Basta ler a continuação da história para ver quão vergonhosa foi a situação de Ló. Por estar onde não devia estar, ocupando uma posição que não devia ocupar, ele se viu obrigado a tomar uma decisão radical contra o homossexualismo que os homens da cidade pretendiam praticar à força com os anjos enviados por Deus. Ló negociou com eles oferecendo suas filhas virgens em troca!


Gên 19:4-11  E antes que se deitassem, cercaram a casa, os homens daquela cidade, os homens de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos.  Então saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si, E disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal; Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram homens; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos; somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado. Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em tudo? Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, sobre Ló, e aproximaram-se para arrombar a porta. Aqueles homens porém estenderam as suas mãos e fizeram entrar a Ló consigo na casa, e fecharam a porta; E feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se cansaram para achar a porta. 


Quando um servo de Deus se coloca em jugo desigual com incrédulos e se intromete com os negócios deste mundo, acaba sendo obrigado a negociar como fez Ló, pois a política deste mundo não dá sem receber algo em troca. Fora de seu lugar o cristão é obrigado a se humilhar e acaba fazendo papel de doido, como fez Davi quando decidiu ir morar no palácio de seus inimigos na terra dos filisteus.


1Sm 21:10-15  Levantou-se Davi, naquele dia, e fugiu de diante de Saul, e foi a Aquis, rei de Gate. Porém os servos de Aquis lhe disseram: Este não é Davi, o rei da sua terra? Não é a este que se cantava nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares? Davi guardou estas palavras, considerando-as consigo mesmo, e teve muito medo de Aquis, rei de Gate. Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia doido, esgravatava nos postigos das portas e deixava correr saliva pela barba. Então, disse Aquis aos seus servos: Bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim? Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este para fazer doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa? 


Acaso não é assim -- doidos -- que os incrédulos enxergam os crentes que interferem na política querendo lhes dar lição de moral? Portanto o papel do cristão hoje não é ficar "assentado á porta de Sodoma" como legislador, na tentativa de mudar o curso de impiedade deste mundo. Sua função aqui é pregar o evangelho para salvar aqueles que se reconhecem pecadores, e não pregar moralidade ou querer conquistar espaço na política. Aqueles que foram salvos pela fé em Jesus irão honrar a Palavra de Deus e procurar viver de acordo com o ensino dela, e esta certamente não inclui a união de pessoas do mesmo sexo, o homossexualismo, adultério, fornicação, prostituição etc.

Para o cristão não faz qualquer diferença se o governo aprova ou não o casamento homossexual. Alguns poderão argumentar que se assim for o governo obrigará as igrejas a celebrarem uniões homossexuais, mas pensar assim é não entender o que é o matrimônio segundo a Bíblia. Não existe na Palavra de Deus algo como uma igreja celebrando um casamento. Pessoas se casam perante Deus e cumprem as disposições legais oficializando sua união civil em obediência aos poderes estabelecidos por Deus. Não existe algo como alguém declarar um casal marido e mulher perante Deus. O único que pode fazer tal declaração, mas apenas perante os homens, é o juiz de paz com a autoridade que lhe foi delegada pelo estado. Deus não delegou autoridade para homens unirem pessoas naquilo que se costuma chamar de "casamento religioso".

Trocando em miúdos, com quem uma pessoa se casa ou deixa de se casar é problema dela, e se o governo oficializa isso ou não é problema dos governantes. Eles deverão dar contas de seus atos a Deus. O cristão vive à margem disso como sempre foi no início do cristianismo. Aqueles que vão na conversa de pastores e políticos ditos "evangélicos" e saem em campo para enfrentar e atacar os movimentos GLS não percebem que estão servindo de "buchas de canhão" desses pastores e políticos.

O casamento que o cristão deveria ser radicalmente contra é o casamento entre a igreja e o estado, algo que alguns políticos denominados "evangélicos" insistem em manter. Constantino celebrou essa união no terceiro século e foi um verdadeiro desastre. A referência profética feita no livro de Apocalipse à igreja nessa época é: "Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de SatanásAp 2:13. O príncipe deste mundo é Satanás e, ao unir-se aos poderes deste mundo no terceiro século, a igreja passou a habitar onde Satanás tem seu trono. O cristão não tem nada a fazer nesse lugar.

Disse Jesus: "O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui". João 18:36

Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os [separa-os] na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. João 17:14-18

Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Tiago 4:4

http://www.respondi.com.br/2007/03/o-cristo-deve-se-envolver-em-poltica.html
http://www.respondi.com.br/2009/10/o-que-voce-acha-de-politicos-cristaos.html
http://www.respondi.com.br/2010/09/igreja-deve-celebrar-o-casamento-de.html
http://www.respondi.com.br/2005/06/o-que-bblia-diz-sobre-o.html
http://www.respondi.com.br/2012/05/o-pecado-de-sodoma-foi-falta-de.html

por Mario Persona 

domingo, 7 de abril de 2013

A diferença entre o perverso e o justo




1. As aparências enganam: as coisas não são o que parecem ser
Do lado de cá da sepultura, muitos perversos parecem felizes e prósperos e muitos justos parecem afligidos e oprimidos financeiramente. Será esta a realidade final e eterna?
Lucas 16:19-31 nos informa que do outro lado da sepultura, na eternidade, esse quadro é alterado. O mendigo é consolado, o rico atormentado.
2. As reações diferem-se: uns obedecem, outros escarnecem
Em Malaquias 3:10-12 Deus desafia o povo a entregar os dízimos e faz promessas de abrir-lhes as janelas do céu. Os justos obedecem, os perversos escarnecem. A Palavra de Deus é espada de dois gumes: propõe o caminho da vida ou da morte; oferece bênção ou maldição.
3. As sentenças finais separarão os perversos dos justos
Agora o perverso pode prosperar, pode escapar, pode parecer feliz. Mas como ele ficará no dia do juíz? Onde estará seu dinheiro? Onde estará sua aparente felicidade? Onde estará sua segurança?
Agora, o justo pode ser afligido, mas no dia final ele será recompensado por Deus, eternamente.
Vejamos quais são as diferenças entre o perverso e o justo, agora e na eternidade.
I. O PERVERSO AFRONTA A PESSOA DE DEUS – v. 13
1. Atrevimento espiritual – v. 13a
“As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor”.
Algumas pessoas reagiram ao desafio e às promessas de Deus (Ml 3:10-12), com insolência, atrevimento e palavras pesadas.
Esse grupo negou que fosse verdade o que Deus disse. Eles insultaram a Deus. Tentaram colocar Deus contra a parede. Eles falaram mal de Deus. As conversas irrefletidas tinham minado a moral. A boca fala aquilo de que o coração está cheio.
O homem sempre se insurge contra Deus: A filosofia humanista no século XVIII: David Hume dizia que quem queimava um livro de Teolgia era um benemérito. Nietzche disse que Deus morreu. O livro Código Da Vinci é o mais vendido hoje no mundo. O livro mais lido hoje na França é de um filósofo ateu que escarnece de Deus.
2. Anestesiamento espiritual – v. 13b
“… mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?”
Pior do que falar contra Deus, é fazê-lo e não se dar conta da gravidade do fato. A cauterização da consciência é um estágio ainda mais avançado da corrupção do pecado.
Os que menos se afligem com seus pecados são aqueles que mais chafurdados neles estão.
II. O PERVERSO EQUIVOCA-SE SOBRE A PROVIDÊNCIA DE DEUS – v. 14-15
1. É inútil mesmo servir a Deus? – v. 14
“Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?”
A palavra proveito normalmente já traz em si uma forte conotação de mal, mostrando que não eram sinceros no culto que prestavam ao Senhor. A sua glória e não a de Deus, era o que buscavam.
Os perversos estavam enganados: 1) Quanto a eles mesmos; 2) Quanto a Deus. Na verdade eles não guardavam os preceitos de Deus nem se quebrantavam diante de Deus. Eles estavam enganando seus próprios corações. Eles não amavam a Deus, mas a si mesmos. Eles não buscavam piedade, mas o lucro. Eles não adoravam a Deus, mas o dinheiro. Por isso, eles fizeram duas observações equivocadas:
a) Não há proveito na obediência a Deus (v. 14a)
Eles distorceram o sentido da religião. Eles fizeram da religião um negócio, uma barganha, um comércio com Deus. Eles estavam trazendo dízimos e ofertas por motivações egoístas, buscando apenas vantagens imediatas. Eles corromperam o culto.
Nós servimos a Deus não pelo que ele nos dá, mas por quem ele é. Assim fizeram os três amigos de Daniel que foram jogadas na fornalha.
Ananias e Safira contribuíram na igreja com propósitos gananciosos e foram mortos.
Simão, o mago quis comprar o poder de Deus por dinheiro. Deus quer o coração. Se o nosso coração for de Deus, o dinheiro não será o dono da nossa vida.
b) Não há benefício no quebrantamento espiritual (v.14b)
A religião deles era um negócio, uma barganha, uma negociata com Deus. O centro do culto não era Deus, mas eles mesmos.
Eles estavam se quebrantando, chorando, jejuando e não viam resultados dessa prática. Por que? É que manifestação externa de quebrantamento sem arrependimento interno, profundo, não tem valor aos olhos de Deus.
Veja Isaías 58:2-7
Veja Joel 2:12-14
Veja Mateus 23:23.
2. O perverso é feliz mesmo? – v. 15
“Ora, pois, nós reputávamos por felizes os soberbos”.
A visão deles era míope. A leitura deles estava errada. O juízo de valor que faziam sobre os ímpios estava equivocado. Eles pensaram que o sucesso segundo o mundo produz felicidade. Eles pensavam que a felicidade está no dinheiro e não em Deus.
O perverso não é feliz. Ele pode ter dinheiro, mas não felicidade. Ele pode comprar uma casa, mas não um lar. Ele pode comprar alimentos requintados, mas não apetite. Ele pode comprar os melhores planos de saúde, mas não saúde. Ele pode ter um rico funeral, mas não comprar o céu.
Para o perverso não tem paz. Quem quer ficar rico cai em muitas ciladas e afora sua alma em grande angústia.
A afirmação de que o perverso é feliz está equivocada por duas razões: 1) Nós não podemos sondar o coração do perverso; 2) Nós teremos esquecido o futuro.
3. O perverso é próspero mesmo? – v. 15b
“… também os que cometem impiedade prosperam”.
A prosperidade do ímpio sempre foi uma questão que afligiu o povo de Deus. Jó lidou com essa tensão (capítulo 21). Asafe enfrentou esse problema (Salmo 73).
Esse problema é atual. A prosperidade de pessoas desonestas é flagrante. A corrupção está no DNA da Nação. As pessoas que trabalham com honestidade, muitas vezes sofrem, enquanto aqueles que subornam e corrompem crescem. Estamos assistindo com tristeza o profundo poço de lama nas CPI’s .
Mas a prosperidade do ímpio não é sinal de segurança.
A prosperidade do ímpio não é sinal de felicidade.
A prosperidade do ímpio não é sinal do agrado de Deus. Devemos considerar algumas coisas:
a) Deus merece o nosso amor pelo que é e não pelo que pode nos dar
b) A situação presente é transitória
c) A nossa recompensa está no céu.
4. O perverso que tenta a Deus escapa mesmo? – v. 15c
“… sim, eles tentam ao Senhor e escapam”.
O juízo de Deus parece tardio – Nem sempre Deus acerta conta com o perverso no instante da sua transgressão. Às vezes parece que Deus está dormindo (Sl 73:20), porém quando Deus se desperta, ele destrói os infiéis (Sl 73:27). Não é verdade que o perverso escapa ileso. A queda de Adão, o dilúvio, Somoda e Gomorra, o cativeiro de Israel revelam que Deus não deixa impune o perverso.
Asafe diz: “Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína. Como caem na desolação num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores” (Sl 78:18,19).
Deus entrega o perverso a si mesmo (Rm 1:24,26,28).
O juízo de Deus é inexorável – Os perversos não escaparão do juízo de Deus: “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidades serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (Ml 4:1).
III. O JUSTO TEM UMA RELAÇÃO CERTA COM DEUS MESMO NA ADVERSIDADE – v. 16
1. O justo é intimamente piedoso – v. 16c
“… e para os que se lembram do seu nome”.
O perverso só se lembra do Senhor para falar-lhe palavras pesadas, mas o justo lembra-se de Deus para deleitar-se nele, refugiar-se nele e viver para o seu agrado.
A meditação do justo o leva para a intimidade de Deus, enquanto os pensamentos do perverso o afastam de Deus.
2. O justo é pessoalmente sincero – v. 16a
“Então, os que temiam ao Senhor [...] havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor”.
O justo tem reverência por Deus. Eles são leais e verdadeiros em sua fé. O temor a Deus é a fonte secreto, o poder íntimo da vida santa.
3. O justo é abertamente encorajador do próximo – v. 16b
“… falavam uns aos outros…”.
O justo não apenas anda com Deus, mas encoraja outros também a andar. Ele não é apenas receptáculo, mas canal. Ele não é apenas abençoado, mas abençoador.
Precisamos fortalecer uns aos outros em tempos de crise e apostasia. O verdadeiro vencedor é aquele que encoraja outros a vencerem com ele (Davi encoraja o exército de Saul a vencer).
A melhor vitória é aquela que compartilhamos com outros. Exemplo: A olímpiada dos deficientes físicos em Seaton.
IV. O JUSTO SERÁ RECOMPENSADO POR DEUS NO JUÍZO – v. 16-18
1. Deus ouve sua conversação – v. 16
“… O Senhor atentava e ouvia…”.
O justo em vez de falar contra Deus como o perverso, ele fala de Deus aos irmãos.
Deus escuta nossas palavras. Deus valoriza nossas palavras. Deus dá importância ao que fazemos e falamos. No dia do juízo nossas palavras nos justificarão ou nos condenarão.
Deus está atento ao que acontece com você. Ele sabe quem é você, o que está acontecendo com você, onde você está, o que você deve fazer, e para onde você deve ir.
2. Deus relembra suas obras – v. 16
“… havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor”.
Os monarcas terrenos recordavam as obras e relembravam os nomes de seus servos fiéis. De igual forma, o Senhor dos senhores, guarda em seu livro um memorial do seu povo. Até um copo de água fria que você der a alguém em nome de Cristo não ficará sem recompensa (Mc 9:41).
Os que a muitos conduzir à justiça, brilhará com o sol no firmamento (Dn 12:2).
Aqueles que têm seu nome no livro da vida, têm grande alegria e entrarão na cidade de Deus.
3. Deus os poupará como filhos amados – v. 17
“… poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve”.
Se nós que somos maus, amamos nossos filhos e damos boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais Deus! Ele já nos deu Jesus e nos com ele todas as demais coisas (Rm 8:32).
Salmo 103:13: “Como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem”.
Enquanto os perversos serão como restolhos lançados na fornalha, os justos receberão um novo corpo, um novo nome, uma nova pátria, serão vestidos de branco, coroados, recebidos no Reino, para reinarem com Cristo eternamente.
Seremos poupados de toda dor, sofrimento, lágrimas, luto e morte.
4. Deus os recompensará no juízo – v. 17
“Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos”.
Você é o tesouro de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus. Deus se delicia em você. Ele tem todo o seu prazer em você.
Naquele dia, enquanto os perversos vão perecer eternamente (Mt 25:46), nós seremos a particular tesouro de Deus.
Enquanto a Grande Meretriz será lançada no lago do fogo, nós como Noiva do Cordeiro, entraremos para as bodas. Enquanto a Grande Babilônica entra em colapso, a Nova Jerusalém desce do céu.
Enquanto os perversos enfrentarão os tormentos do inferno, os justos estarão no Seio de Abraão (Lc 16:19-31).
Enquanto os perversos ressuscitam para o juízo, os justos ressuscitam para a vida eterna.
Enquanto os perversos serão lançados no lago do fogo, os justos, cujos nomes estão no livro da vida, entrarão no céu.
Enquanto os perversos ouvirarão: “Apartai-vos”, os justos ouvirão: “Vinde benditos de meu Pai, entrai na posse do Reino”. Naquele dia ficará provado que é falsa a acusação de Malaquias 2:17: “… qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada”.
CONCLUSÃO
1. Aqueles que falam contra Deus, terão que enfrentá-lo no dia do juízo
O mundo está cheio de pessoas de desandam a boca para blasfemar contra Deus. Eles blasfemam e prosperam. Eles zombam e escapam. Mas até quando?
2. Aqueles que zombam de Deus, verão que ele não acerta as contas todos os dias
O perverso por um momento fala contra Deus, tenta a Deus e ainda prospera e escapa, mas um dia Deus vai chamar esse perverso para prestar contas.
Naquele dia o perverso será como restolho, chocho, vazio, sem valor.
3. Aqueles que pensam que o mal compensa, um dia saberão a diferença entre o justo e perverso
O dia do juízo será trará à luz o pleno entendimento, que de nada adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. De nada adianta viver no fausto aqui, e perecer eternamente.
O dia do juízo vai revelar que vale a pena servir a Deus e andar com ele!