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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Os evangélicos modernos abandonaram a Bíblia Sagrada e foram lançados em trevas - Parte I.


Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva. Passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e será que, quando tiverem fome, enfurecendo-se, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e sombras de ansiedade, e serão lançados para densas trevas.” (Is 8:19-22).

Uma das características mais importantes do movimento evangélico desde seus primórdios é a crença defendida pela Reforma Protestante a respeito da autoridade e suficiência da Bíblia Sagrada. Exatamente neste ponto tão fundamental os evangélicos modernos tem falhado vergonhosamente levando o movimento a uma grande crise de identidade ao ponto de ninguém mais saber o que é um evangélico. Dá-se o nome de “evangélico” a grupos e pessoas que na prática não vivem baseados nas Escrituras. Isso causa graves conseqüências tanto as pessoas que se dizem evangélicas como a sociedade em geral que não recebe boas influências do movimento. É sobre este assunto que pretendo tratar neste breve texto. Se você se diz evangélico peço que leia com atenção refletindo nas seguintes questões: Eu sou um genuíno evangélico? Provo isso tendo a Bíblia como base de minha fé e prática? Quais as conseqüências que minha “fé evangélica” tem causado a mim e a as pessoas com quem me relaciono?


O texto bíblico acima nos mostra a orientação de Deus a seu povo para que O consulte e não aos necromantes e adivinhos. E onde encontrariam a Palavra de Deus? Resposta: Em sua Lei. Se o povo não fizesse isso, mas se ao contrário consultasse os necromantes, o resultado seria que jamais iriam encontrar a luz. Em vez disso sofreriam terrivelmente e cairiam em densas trevas. Dessa forma podemos destacar dois princípios que brotam naturalmente deste texto bíblico:

1 – Aqueles que buscam a orientação de Deus em sua Sagrada Escritura terão verdadeira luz espiritual.

2 – Aqueles que abandonam a Escritura e buscam outra orientação espiritual, jamais verão a luz. Em vez disso serão lançados em trevas.

Desejo mostrar-lhe que os evangélicos de nosso tempo têm abandonado a Bíblia Sagrada como base de suas crenças e práticas e conseqüentemente têm caído em densas trevas. Posteriormente tratarei da única solução possível. Portanto, dividirei este assunto em três partes:

1 – Os evangélicos modernos têm abandonado a Bíblia e abraçado outras “luzes”.

2 – Os evangélicos modernos têm sido empurrados as trevas.

3 – O que pode ser feito diante deste problema?


1 – Os evangélicos modernos têm abandonado a Bíblia e abraçado outras “luzes”.

Posso provar esta afirmação? De fato isso é bem fácil. Darei sete evidências. Vejamos:

A – As “novas revelações” têm substituído a Bíblia Sagrada na crença e prática dos evangélicos atuais.

As maiorias dos evangélicos modernos têm crido que Deus fala hoje como falava em tempos bíblicos, ou seja, que o Espírito Santo fala diretamente a eles de forma audível, ou em visões, sonhos, ou ao coração. Crendo assim é natural que abandonem o estudo sério da Bíblia e se apeguem as “novas revelações”, pois estas são mais recentes. Dessa forma a Bíblia é abandonada e a orientação de Deus em Is 8:20 não é seguida. Tais evangélicos deixam a Lei e o Testemunho de Deus e procuram outras “luzes”.

Mas existem “novas revelações”? Afirmo que não, pois a Revelação de Deus já está completa, é a nossa Bíblia Sagrada. Dessa forma não existe mais a necessidade de acréscimos, de “novas revelações”. A Bíblia é suficiente. Veja o que diz o Apocalipse:

Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro;”.( Ap 22:18).

Podemos crer que este texto não se refere apenas ao Apocalipse, mas a toda a Bíblia. Assim, todo a as “novas revelações” atuais são falsas, pois não passam de acréscimos. No entanto os evangélicos modernos preferem as ditas “revelações” e não a Bíblia Sagrada. Qualquer um pode constatar isso facilmente.

B – Os “lideres ungidos” têm substituído a Bíblia na crença e na prática dos evangélicos modernos.

Multiplicam-se no meio evangélico homens e mulheres que se dizem “chamados por Deus” para anunciarem alguma mensagem especial, ou operarem milagres, afirmando serem possuidores de um canal direto com o Altíssimo. Na prática tais homens se equiparam aos escritores da Bíblia. Isso se torna evidente ao observarmos o uso cada vez mais freqüente do título “Apóstolo”, como também do uso do título “profeta”. Antigamente os líderes alegravam-se em serem chamados de pastores, mas agora querem ser “apóstolos”. Dessa forma eles se igualam no imaginário de seus seguidores aos antigos e verdadeiros apóstolos como Pedro, João, ou Paulo. Logicamente que isso causa um abandono da Bíblia, pois as palavras destes “apóstolos” modernos são mais atraentes que o Livro Sagrado, visto que estão ao vivo diante de seus seguidores, e com seu poder de persuasão ou “milagres” dominam e escravizam suas consciências. Assim a Bíblia é abandona por estes ditos evangélicos.

Mas existem tais “líderes ungidos”, ou seja, tais “apóstolos”, ou “profetas”? Afirmo que não, pois estes ofícios eram do tempo da Revelação da Bíblia Sagrada. Ora, tendo a Bíblia sido completada tais ofícios passaram. Veja o que diz Paulo:

Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (Ef 2;19-22).

Paulo diz que os apóstolos e profetas são o “fundamento” do povo de Deus, e Cristo e a”pedra principal” deste fundamento. Na construção de uma casa o fundamento vem antes das paredes e não depois. A Igreja de Cristo está sendo construída sobre o fundamento já estabelecido, ou seja, a mensagem dada pelo Espírito santo aos apóstolos e profetas dos tempos bíblicos, sendo Cristo a principal Pedra. Hoje não temos mais “apóstolos” e “profetas”, pois o fundamento já está lançado. Qualquer um que neste tempo presente se intitula “apóstolos ou “profeta” está mentindo, pois tenta lançar um novo fundamento, e se afasta de Cristo, a Pedra principal do verdadeiro fundamento já lançado. Além disso aos “apóstolos” modernos eu perguntaria: Vocês são testemunhas oculares da ressurreição de Cristo? Este é um requisito bíblico para ser apostolo, vejam:

Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte pessoas) e disse: Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus, porque ele era contado entre nós e teve parte neste ministério. (Ora, este homem adquiriu um campo com o preço da iniqüidade; e, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram; e isto chegou ao conhecimento de todos os habitantes de Jerusalém, de maneira que em sua própria língua esse campo era chamado Aceldama, isto é, Campo de Sangue.) Porque está escrito no Livro dos Salmos: Fique deserta a sua morada; e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu encargo. É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas,um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição. Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos.” (At 1:15-26).

À luz destes fatos afirmo sobre os tais “apóstolos” modernos o que Paulo certa vez falo sobre outros ditos “apóstolos”:

Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.”. (II Co 11:13-15).

No entanto tais “apóstolos” e “profetas” falsos têm afastado os evangélicos atuais da Bíblia Sagrada.

C – O pragmatismo tem substituído a Bíblia na crença e na prática dos evangélicos modernos.

Reproduzirei neste ponto parte do meu texto “Cuidado com o pragmatismo”. O que vem a ser pragmatismo? É a opinião que afirma que a verdade está do lado do que é prático, do que é útil, ou seja, o que vale a pena é o que funciona. Se uma coisa funciona então está correta. Se algo dá certo, então a conclusão é que este deve ser o caminho a seguir. Mas será que isto existe no meio “evangélico”? Afirmo que sim e é algo muito fácil de provar. Ora, podemos fazer algumas perguntas: O que determina normalmente o trabalho evangelístico das igrejas? O que motiva e orienta o planejamento dos cultos? O que impulsiona os pregadores na escolha dos temas de suas mensagens e do conteúdo das mesmas? O que determina as doutrinas ensinadas nas igrejas? O que determina, enfim, todas as estratégias para atrair e manter as pessoas nas congregações? Se formos bastante honestos, creio que na maioria dos casos a resposta a estas perguntas será: O que funciona, o que dá certo, o que produz resultados. Ora, isto é pragmatismo. Tal idéia também está na vida cotidiana dos evangélicos modernos. Para perguntas como estas: “Como devo ganhar dinheiro?”, “Como devo trabalhar?”, “Qual emprego ou profissão devo escolher?” as respostas são normalmente pragmáticas e não bíblicas. Dessa forma a Bíblia é substituída pelo pragmatismo, no evangelismo, no culto, na doutrina, e na vida diária dos evangélicos.

Fica bem nítido que o pragmatismo no evangelismo e culto afasta as igrejas da Bíblia, e tira Deus do centro, pois coloca o gosto do homem acima das Escrituras. Nesse caso, Deus e sua Palavra ficam em segundo plano e os desejos humanos em primeiro. É triste notar que os métodos evangelísticos e os cultos não têm sido bíblicos. São semelhantes a shows de televisão. Ve-se teatro, musicais, coreografias, piadas e todo o tipo de entretenimento. Procura-se alegrar as pessoas, fazer que se divirtam. Outras vezes promete-se milagres em cada culto. Tudo isso é feito com o intuito pragmático de encher o locar de reuniões, mas ninguém pergunte se é bíblico. Isso acontece porque a muito a Bíblia foi abandonada e o pragmatismo tomou seu lugar no coração dos evangélicos.

Mas em especial a pregação é afetada por este pragmatismo. Neste caso a pergunta não é “Qual a mensagem que a Bíblia nos orienta a pregarmos aos pecadores?”, mas, “Qual a mensagem que mais agrada aos pecadores chama mais a atenção?”. Observamos que os temas bíblicos como: Deus, o pecado, a salvação em Cristo, o novo nascimento, o arrependimento e a fé, a Justificação, a Ira de Deus, o Céu e o inferno; não são pregados com tanta intensidade como já foram em outras épocas da História da Igreja. Levados pelo pragmatismo muitos argumentam que estes temas são ofensivos e afastariam as pessoas dos cultos. Devido a este pensamento tais pregadores preferem pregar temas como: cura divina, prosperidade material, soluções de problemas familiares e emocionais. Segundo estes pregadores, estes são temas que provocam o interesse das pessoas e as mantém freqüentando os cultos. E de fato muitas vezes eles têm grande sucesso, com seus locais de reuniões sempre cheios. Todavia aqui também fica claro que a Bíblia não é a prioridade para este pregador pragmático, mas sim o que agrada aos ouvintes.

Mas será que os apóstolos eram pragmáticos como os evangélicos de hoje? Vejamos:

Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifício”. (At 14:8-18).

Neste texto Paulo é usado por Deus na cura de um coxo de nascença. A multidão vê o fato e entende que ele e seu companheiro Barnabé eram deuses. Ora, Paulo tinha diante de si uma multidão que estava em suas mãos. Se ele aceitasse o que dizia, continuaria controlando a todas aquelas pessoas. O fato é que muitos pragmáticos modernos aceitariam a insinuação dessa multidão e tentariam agradá-la. Não é verdade? Diriam: “vamos dar o que eles querem e assim eles ficarão conosco. Se eles dizem que somos deuses, que assim seja. Depois explicaremos as outras coisas”. Paulo fez isso? Não, não e não! Paulo não seguiu a cultura e a religiosidade falsa daquelas pessoas com a desculpa de manter a audiência. Ele não tentou agradá-las ensinando o que elas queriam ouvir. Ele era um pregador da Verdade de Deus segundo as Escrituras, ou seja, o Evangelho. O Evangelho é uma mensagem que traz os homens e mulheres de volta para Deus e os livra de falsos deuses. Porém aquelas pessoas queriam adorá-los como deuses. A isso Paulo diz: “não”, “somos homens como vocês”, “voltem-se para o Deus Vivo, o Criador”. Paulo chamou aquelas pessoas para Deus. Isto é o Evangelho. É uma volta para Deus em Cristo. É deixar falsos deuses. Paulo não era um pragmático. Paulo não se aproveitou do engano, da ignorância, da tolice da multidão. Não! Em vez disso ele procurou instruí-los, procurou mostrar a eles a Verdade das Escrituras. Eles precisavam voltar-se para Deus. No verso 15 Paulo afirma que as crenças daquelas pessoas eram vãs. Eram crenças inúteis sem nenhum sentido e propósito. Todas aquelas crenças as estavam mantendo longe do Verdadeiro Deus. Toda aquela crença era loucura. Adoravam o que não era deus, enquanto o Deus verdadeiro não era adorado. E o fim de tudo aquilo era a perdição eterna. Não! Paulo não poderia deixar aquelas pessoas no engano, e com isso usurpar a glória que só pertence a Deus, e levá-las como conseqüência a perdição. Paulo sabia que só Deus deve ser glorificado e também queria a salvação daquelas pessoas. Então ele as contraria a diz: “Voltem-se para Deus!”. Nisso tudo Paulo segue as Escrituras e não o que “funciona”. No entanto os evangélicos modernos têm seguido o pragmatismo e não a Verdade Bíblica.

D – O Subjetivismo tem substituído a Bíblia na crença e na prática dos evangélicos modernos.

Subjetivismo refere-se ao que nós gostamos. É um fato que o os gostos dos evangélicos modernos têm determinado o que eles crêem e o que praticam e a Bíblia tem sido menosprezada para que tais gostos sejam satisfeitos. Posso dar um exemplo bem evidente deste fato. Na chamada “musica gospel” é o gosto do grande público evangélico que determina as letras. Canta-se sobre “vitória”, “cura”, “prosperidade”. No entanto tais temas são desvinculados do genuíno ensino bíblico e o próprio conteúdo das Escrituras não é cantado. Permita-me que especifique melhor o que quero dizer. A Bíblia claramente ordena que cantemos os salmos. Veja:

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.” (Cl 3:16).

Por que, então, a “música gospel” não canta os 150 salmos da Bíblia, mas prefere temas sem real apoio da Escritura Sagrada? É porque a música gospel é baseada no gosto dos evangélicos, ou seja, no subjetivismo, e não nas Escrituras. Mas este é só um exemplo. Na verdade o subjetivismo está atrelado ao pragmatismo, assunto que já abordei no ponto anterior, pois o que vale é satisfazer os gostos do grande público evangélico e não a Verdade bíblica. Como no pragmatismo, o subjetivismo também é levado a vida cotidiana dos evangélicos substituindo a Bíblia nas práticas e decisões diárias. Tudo isso mostra que a Bíblia tem sido abandonada e o que vale é o que cada um gosta de crer ou fazer. Mas os nossos gostos provêm de nosso coração e a Bíblia alerta sobre o perigo do engano que está no mesmo. Veja:

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. (Jr 17:9).

O coração é enganoso porque lá está o pecado. Veja:

Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos. Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta, nem detestada.”. (Sl 36:1,2).

Por isso não devemos ser orientados por nossos gostos independentes da Escritura, mas ao contrário, devemos nos encher dela (Cl 3:16). No entanto o subjetivismo tem substituído a Bíblia no meio evangélico moderno.

E – A cultura tem substituído a Bíblia na crença e na prática dos evangélicos modernos.

Cultura refere-se aos valores e costumes de uma sociedade. É bem evidente que a cultura tem substituído a Bíblia na crença e prática dos evangélicos modernos. Posso facilmente exemplificar com relação ao feminismo. A Bíblia afirma que as mulheres devem ser submissas a seus maridos. Veja:

As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.”. (Ef 5:22, 23).

No entanto, qualquer um que afirmar esta verdade bíblica no meio evangélico encontrará forte posição. Por quê? Porque a cultura feminista fala mais alto que a Bíblia. Assim vemos que a Bíblia foi substituída pela cultura. Este, porém, é só um exemplo. O fato é que a cultura, muito mais que a Bíblia, tem determinado os valores, as crenças, e todo o modo de vestir, falar, andar, trabalhar, descansar, namorar, casar, cultuar, enfim, todos os costumes. Parece que para os evangélicos modernos quanto mais parecidos forem com a sociedade em geral melhor será. Mas veja o que a Bíblia diz deste tempo presente:

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”. (Rm 12:1,2).

Assim não devemos nos conformar, mas renovar a mente. Evidentemente isso só é possível quando temos a Escritura na mente. Mas os evangélicos modernos preferem se conformar aos costumes ou crenças da maioria sem avaliar se possuem alguma base nas Escrituras.

F – A falsa ciência tem substituído a Bíblia na crença e na prática dos evangélicos modernos.

Chamo de “falsa ciência” qualquer conceito dito científico que contrarie um ensino das Escrituras. Um exemplo disso é a “teoria da evolução”. Observamos que os evangélicos modernos muitas vezes seguem mais a tais falsas ciências que a Bíblia Sagrada. Por exemplo, muitas vezes os evangélicos ouvem teorias psicológicas sobre criação de filhos que não levam em conta a natureza pecaminosa das crianças conforme ensinada na Bíblia. Também é nítido que muitos evangélicos não têm seguido a seguinte recomendação bíblica:

Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais. Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Dt 6:1-7).

O fato é que a maioria dos pais evangélicos não conhecem profundamente os mandamentos bíblicos. Como, então, ensinaram a seus filhos? Mas muitas vezes os mesmo estão atentos a teorias psicológicas sobre criação de filhos não dando o devido valor a Bíblia. Assim mostram que têm substituído as Escrituras por uma falsa ciência.

Lembremos, porém, que a Verdade, a sabedoria,e o conhecimento genuíno vem de Deus em sua Palavra (Pv 7:1-5), e a verdadeira ciência sempre concordará com a Escritura. Mas os evangélicos modernos se dispõe mais a ouvir a “ciência” em vez da Bíblia.

G – A experiência tem substituído a Bíblia na crença e na prática dos evangélicos modernos.

Os evangélicos têm colocado a experiências pessoais ou de outros como a base de suas crenças e praticas. A respeito disso me refiro a fatos ocorridos a alguns crentes, em geral tidos como miraculosos, que são interpretados como uma Revelação de Deus. O que tem acontecido muitas vezes é que mesmo que um ensino não possa ser baseado na Bíblia, muita gente não se importa com isso desde que seja algo que tenha experimentado. Assim para muitas pessoas o que vale como guia da verdade são suas experiências e não a Bíblia. Elas dizem: “eu experimentei, então creio”, e repito, dizem isso mesmo que a Bíblia diga o contrário. Para eles o que vale é a experiência. Muitos destes ao serem pressionados a provar suas experiências biblicamente, usam a Escritura a seu bel-prazer, ou seja, em vez de deixarem a Bíblia falar, impõe a ela as suas próprias idéias, torcem as Escrituras, irreverentemente fazem a Bíblia dizer o que não diz, forçam textos bíblicos interpretando-os mau. Esse é um erro blasfemo que muitos pregadores e membros de igrejas têm sido culpados de praticar. Tudo isso só mostra um desprezo a Bíblia e uma exaltação das experiências. Portanto, concluo que tais experiências e suas falsas interpretações têm afastados muitos evangélicos da Bíblia.

Devemos lembrar o que nos ensina Dt 13:1-5. Veja:

Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o SENHOR, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o SENHOR, vosso Deus, para andardes nele. Assim, eliminarás o mal do meio de ti.” (Dt 13:1-5).

O texto deixa claro que o Senhor pode provar as pessoas permitindo o aparecimento de falsos profetas e “milagres”. Olhemos mais de perto o que nos diz o texto:

A – O falso profeta diz que ocorrerá alguma coisa extraordinária.

B – Tal coisa de fato acontece.

C – O conteúdo da mensagem do falso profeta é que o povo adore a deuses falsos e não ao Senhor.

D – O texto deixa claro que tudo isso é um teste que vem de Deus. Este teste mostra quem de fato ama a Deus.

E – Quem ama ao Senhor não se deixará iludir pelo sinal ou prodígio, não será levado por isso a adorar um deus falso. Quem ama ao Senhor ouvirá a Palavra do Senhor, a sua voz, e não a palavra do falso profeta, mesmo diante do mais extraordinário sinal que tal falso profeta possa operar. Quem ama ao Senhor estará firmado na Palavra de Deus na Escritura e não em experiências extraordinárias.

Fica claro que sinais, milagres e maravilhas não são prova da Verdade de Deus, não são prova de que isso vem de Deus, que é algo que Deus se agrada. Não, não e não! Experiências, por mais que sejam extraordinárias e milagrosas não provam que um ensino é verdadeiro. Vejam que a mensagem do profeta foi um convite à idolatria. O milagre aconteceu, mas a mensagem era contrária a Deus. Observem também, que neste texto a única garantia que temos da Verdade que vem de Deus é a sua Palavra. Diz: “e os seus mandamentos guardareis e sua voz ouvireis. Em outras palavras: Não olhem para os sinais, milagres e experiências, mas sim, ouçam a Palavra, ouçam as Escrituras, ouçam a Bíblia. E quem não se deixará iludir por experiências e ficará firme na Palavra? A resposta clara é: Quem ama ao Senhor. Esse tal não seguirá o falso profeta em seu caminho de idolatria. Infelizmente os evangélicos modernos têm seguido mais as experiências que a Bíblia. A Escritura tem sido abandonado e o que têm valido são as experiências “milagrosas”.

Continua...

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